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China emite alerta de viagem aos EUA por "tiroteios, assaltos e roubos"

04/06/2019 07h40

Pequim, 4 jun (EFE).- A China emitiu nesta terça-feira um alerta de viagens para os Estados Unidos, no qual adverte aos cidadãos que planejam visitar o país que lá "aconteceram tiroteios, assaltos e roubos frequentes", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério de Cultura e Turismo.

O ministério pede aos turistas que "sejam plenamente conscientes dos riscos de viajar para os Estados Unidos" e que tomem precauções para sua segurança.

O alerta, que permanecerá ativo durante o restante de ano, foi emitido em um momento de intensificação da guerra comercial entre as ambas potências, conflito que parece ter afetado também outros aspectos dos laços bilaterais, como a troca de estudantes.

Washington mantém sua postura firme em relação a Pequim e na segunda-feira, o secretário de Estado, Mike Pompeo, exigiu ao Governo chinês que libertasse os ativistas presos por conta do massacre na Praça da Paz Celestial, que continua sendo um tabu na China apenas quebrado pela imprensa oficial para destacar os avanços econômicos e estabilidade alcançados durante as últimas três décadas.

"É uma resposta diante das circunstâncias. A China não teria feito isto se não fosse necessário", explicou em entrevista coletiva hoje o porta-voz da chancelaria Geng Shuang, que pediu que os cidadãos e as empresas chinesas nos EUA sejam mais cautelosos diante de possíveis "situações".

Embora não tenha reconhecido diretamente que se tratasse de uma resposta pela deterioração das relações entre Pequim e Washington, Geng lembrou que "os Estados Unidos impuseram muitas restrições e acossaram" viajantes chineses nos últimos tempos.

Há dois dias, a Embaixada da China nos Estados Unidos advertiu aos cidadãos chineses que planejam entrar no país americano que deveriam ser honestos na hora de executar suas solicitações de visto e não realizar atividades diferentes do que as autorizadas durante sua estadia.

O Ministério da Educação alertou na segunda-feira que muitos chineses que querem estudar nos EUA estão tendo problemas com os vistos e que a quantidade de vistos rechaçados pelas autoridades americanas subiram de 3,2% do total de 2018 até 13,5% nos primeiros três meses de 2019.

Esta não é a primeira vez que são utilizadas advertências de viagem como "arma" durante a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, já que em janeiro deste ano Washington pediu aos seus cidadãos que tomassem a precaução se decidissem viajar para o país asiático devido à "aplicação arbitrária das leis locais" e ao não reconhecimento da dupla nacionalidade.

O número de turistas chineses que viajaram para os Estados Unidos caiu em 2018 pela primeira vez em 15 anos, uma queda de 5,7% do total, com 2,9 milhões de viajantes, segundo dados oficiais. EFE