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Paquistão bloqueia rede social TikTok por conteúdos "imorais e indecentes"

09/10/2020 18h54

Islamabad, 9 out (EFE).- O governo do Paquistão bloqueou o acesso ao TikTok no país por considerar que a popular rede social chinesa permite a postagem e o compartilhamento de conteúdos "imorais e indecentes", informou nesta sexta-feira a Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA).

"Tendo em vista do número de reclamações de diferentes segmentos da sociedade contra os conteúdos imorais e indecentes que circulam pelo aplicativo de vídeo TikTok, a PTA determinou o seu bloqueio", explica o comunicado divulgado pelo órgão público do quinto país mais populoso do mundo, com mais de 212 milhões de habitantes.

De acordo com a PTA, o aplicativo desenvolvido pela empresa chinesa ByteDance, que contava com 14 milhões de usuários no Paquistão - segundo a plataforma de dados Statista -, já havia recebido "um último aviso", em julho deste ano, para retirar da plataforma os vídeos "ilegais" no Paquistão por serem considerados "obscenos".

A Índia já havia anunciado em junho deste ano a proibição do uso do TikTok e de outros 58 aplicativos chineses, após o aumento das tensões na fronteira entre as duas nações.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua vez, também tentou bloquear o aplicativo chinês por motivos de segurança, uma decisão que foi anulada pela Justiça americana.

No entanto, a conservadora República Islâmica do Paquistão, altamente militarizada e grande exportadora de algodão, mantém fortes relações bilaterais com a vizinha China, e o único motivo para o bloqueio do TikTok são as preocupações do governo local sobre o conteúdo que circula na rede social.

Nesse sentido, o país, que possui a segunda maior população muçulmana do mundo, ordenou recentemente que diferentes plataformas online passem a moderar seus conteúdos, entre elas o Youtube, e, no início de setembro, proibiu o uso dos aplicativos de relacionamento Tinder, Grindr, Tagged, Skout e SayHi.

Essas medidas tomadas pelas autoridades paquistanesas se baseiam na Lei de Crimes na Internet, aprovada pelo parlamento do país em 2016, uma legislação que, segundo grupos defensores dos direitos humanos, legaliza a censura e limita a liberdade de expressão no país. EFE

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