Mais da metade dos latino-americanos busca mudança profissional neste ano
A informação é de um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Microsoft com base em pesquisas e dados da rede social LinkedIn. O número de 53% é superior à média dos trabalhadores globais, dos quais 46% estão considerando uma mudança semelhante, o que aposta para um mercado altamente dinâmico nos próximos meses na região, especialmente quando o coronavírus for colocado sob controle e a atividade econômica for revitalizada.
UM AUMENTO DE 30% PARA 46%.
"Antes da pandemia, apenas 30% dos trabalhadores em todo o mundo estavam planejando uma mudança de empregador nos próximos dois anos", afirmou à Agência Efe a vice-presidente da Microsoft para a Transformação do Local de Trabalho, Emma Williams.
"A queda dramática no número de funcionários que querem permanecer em seus empregos atuais significa que as empresas podem perder muitos de seus trabalhadores se não se adaptarem às novas expectativas criadas pela pandemia", completou.
Na opinião de Williams, os dados indicam que o modelo mais viável para o futuro é um sistema híbrido, permitindo que algumas pessoas trabalhem no escritório e outras exerçam as suas funções de casa e participem de reuniões e do trabalho do dia a dia através de telas.
O Índice de Tendências Trabalhistas da empresa americana foi desenvolvido a partir de mais de 30 mil pesquisas com trabalhadores em 31 países e da análise de bilhões de dados do software Microsoft 365 e do portal de mão de obra LinkedIn, de propriedade da gigante da tecnologia.
MULHERES E JOVENS QUEREM HOME OFFICE.
O trabalho remoto é particularmente popular entre as mulheres e os integrantes da Geração Z, aqueles nascidos na primeira década dos anos 2000, que acabam de entrar no mercado de trabalho.
No ano passado, em meio às restrições causadas pela pandemia, os lançamentos para empregos totalmente remotos no LinkedIn quintuplicaram, uma tendência que Williams não espera mudar com o fim da crise sanitária. Porém, o home office também tem efeitos negativos e, após um ano sem ir fisicamente para seus empregos, muitos funcionários relataram se sentir exaustos e isolados.
No caso específico dos latino-americanos, eles dizem que estão menos desgastados pelo trabalho do que a média global, mas mesmo assim a sensação de isolamento do trabalho remato é mais forte na região do que no resto do mundo.
"Cerca de 49% dos trabalhadores na América Latina lamentam que as interações com colegas tenham diminuído, um número superior à média global de 40%", informou a representante da Microsoft.
DIMINUEM RELAÇÕES DE TRABALHO OCASIONAIS.
O estudo mostra que as relações de trabalho mais diretas, ou seja, aquelas em que os colegas fazem parte da mesma equipe e interagem diariamente, foram mantidas, mas aquelas consideradas ocasionais, ou seja, entre membros de equipes diferentes ou que normalmente não trabalham juntos, caíram drasticamente.
É exatamente esse segundo tipo de interação que, segundo os especialistas, mais contribui para que as empresas não sofram do que no mundo profissional é chamado de "pensamento de rebanho", ou seja, que uma única visão tome conta de todo o processo criativo, sem receber contribuições de outras perspectivas.
"A redução das relações interpessoais no local de trabalho coloca em risco a inovação e a criatividade. Isso é algo que precisamos estar muito preocupados em seguir adiante e que os empregadores precisam pensar em como remediar", comentou Williams.
Outro efeito deste ano de pandemia nas relações no local de trabalho é que os trabalhadores passaram a ter mais liberdade para serem mais "autênticos" no ambiente laboral e aparecessem como estão, como evidenciado pelo fato de um em cada seis admitir chorar na frente de um colega.
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