Ministro da Fazenda colombiano renuncia em meio a crise por reforma
Bogotá, 3 mai (EFE).- O ministro da Fazenda da Colômbia, Alberto Carrasquilla, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (3), um dia após o presidente, Iván Duque, ter ordenado a retirada de um projeto de lei de reforma tributária que havia sido apresentado ao Congresso e resultou em diversos protestos nos últimos dias, inclusive com distúrbios que deixaram ao menos 19 mortos.
Carrasquilla, que estava no governo desde o primeiro dia do mandato de Duque, foi o pilar da polêmica reforma. Com o fracasso da iniciativa e a intenção do presidente de substituí-la por outra, mediante consenso político, decidiu abandonar o cargo.
"Minha continuidade no governo dificultaria a construção rápida e eficiente dos consensos necessários", manifestou na carta de renúncia.
O agora ex-ministro, que também ocupou a pasta durante três anos no governo de Álvaro Uribe (2002-2010), disse a Duque que a retirada do projeto de reforma fiscal "é uma oportunidade para iniciar e construir um diálogo sereno e construtivo que leve aos consensos que o país necessita com urgência", segundo a carta.
Para o lugar de Carrasquilla, Duque nomeou o até hoje ministro de Comércio, Indústria e Turismo, José Manuel Restrepo, economista e acadêmico que também acompanha o presidente desde o início do mandato.
Vilão da crise
Carrasquilla se tornou o vilão da atual crise pela dureza do fracassado projeto de reforma, que impactava principalmente as classes média e baixa mediante a ampliação da base tributária e a cobrança do IVA (Imposto de Valor Agregado) de 19% nos serviços públicos.
O mal-estar social provocado pela reforma, que Duque tentou sustentar até o último momento, embora a iniciativa tenha nascido sem nenhum apoio político, deu origem a manifestações por todo o país no dia 28 de abril.
"Chegar rapidamente a um consenso democrático em torno de uma reforma do sistema de impostos colombiano é fundamental", disse o Ministério da Fazenda em comunicado no qual informou a renúncia.
Ao noticiar a saída de Carrasquilla, a pasta considerou "indispensável que se dê continuidade aos programas de proteção social e econômica que começaram a expirar desde março".
Além disso, advertiu que, "na ausência de uma reforma gradual e ordenada da tributação, a estabilidade macroeconômica do país seria seriamente comprometida", pois o governo esperava arrecadar 23,4 bilhões de pesos para melhorar as finanças públicas e dar continuidade aos programas sociais para a população mais pobre.
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