López Obrador pede que Banco do México explique o que faz com suas reservas
"Devemos respeitar a autonomia do Banco do México, sem que isso signifique que são uma espécie de casta divina. Sim, há falta de informação para o povo sobre o que faz o Banco do México", disse o presidente mexicano na sua coletiva de imprensa matinal no Palácio Nacional.
López Obrador detalhou que o banco central mexicano tem reservas de US$ 190 bilhões e destacou que "seria importante saber quem gere estas reservas e quanto cobram pela sua gestão".
Nesse sentido, o governante mexicano sugeriu que os consultores do banco central "poderiam destinar parte do remanescente para ajudar a comprar vacinas", embora tenha ressaltado que o governo não precisa desse dinheiro.
"Felizmente temos finanças públicas saudáveis e não precisamos do Banco do México e não lhes pediremos que nos dêem as reservas, se por acaso nos informarem como gerem esses fundos", completou.
O presidente mexicano disse ainda que os conselheiros do banco central não "olham favoravelmente" para seu governo e comentou que o governador da instituição, Alejandro Díaz de León, é "muito próximo" de José Antonio Meade e Luis Videgaray, ambos secretários das Finanças durante o governo de Enrique Peña Nieto (2012-2018).
Ainda assim, garantiu que respeita a direcção do Banco do México e continuará a respeitar a autonomia da instituição "porque convém ao país".
López Obrador mantém uma cruzada contra organismos autônomos que o governo não controla, como o Instituto Nacional Eleitoral (INE), embora sempre tenha deixado de fora o Banco do México, uma vez que defende sua autonomia.
No entanto, na quarta-feira criticou o banco central porque este tinha "lucros" mas "não havia remanescentes", os recursos que são entregues anualmente ao governo federal.
"Teriam de explicar, em termos respeitosos e fraternais, porque é que em outros períodos de seis anos houve remanescentes e agora não há", ressaltou.
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