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Cúpula do G20 sobre Afeganistão começa com meta de ajuda direta à população

Imagem de Kabul, capital do Afeganistão - Getty Images/iStockphoto
Imagem de Kabul, capital do Afeganistão Imagem: Getty Images/iStockphoto

De Roma

12/10/2021 15h42

A cúpula extraordinária do G20 para o Afeganistão, organizada pela Itália, foi iniciada nesta terça-feira com o objetivo principal de enviar ajuda direta à população do país, que está sob o controle dos talibãs desde 15 de agosto, o que levou ao bloqueio dos fundos internacionais.

Na conferência, que acontece com portas fechadas, também serão tratados temas como a luta contra o terrorismo, a liberdade de movimento dentro do território da nação centro-asiática, a situação das fronteiras locais, entre outros, afirmou a presidência do G20.

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, concederá entrevista coletiva logo após o término dos debates, para apresentar as conclusões da reunião de cúpula.

Os talibãs e os Estados Unidos firmaram um acordo em fevereiro de 2020, em Doha, para a retirada das tropas americanas do Afeganistão, o que o grupo fundamentalista aproveitou para lançar uma ofensiva, que resultou na tomada de Cabul, concluída em 15 de agosto.

Desde a queda do governo presidido por Ashraf Ghani, o país asiático teve fundos internacionais bloqueados, o que impede o acesso a dinheiro disponibilizado por instituições multilaterais, minando a liquidez dos bancos afegãos e provocando aumento de preços nos alimentos e bens de primeira necessidade.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou hoje que a comunidade internacional precisa encontrar uma maneira de injetar liquidez no Afeganistão, em forma de investimentos diretos às pessoas, mas com o dinheiro não acabando nas mãos dos talibãs.

A crise no país já afeta, pelo menos, 18 milhões de pessoas, a metade da população local, de acordo com dados compilados pelas Nações Unidas. Além disso, a Unicef indica que 1 milhão de crianças sofrem de desnutrição e correm risco de morrer.

Na cúpula do G20, além dos líderes nacionais e também de países vizinhos ao Afeganistão, também participam representantes da ONU, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O encontro partiu de um empenho pessoal de Draghi, que, nos últimos anos, está na presidência do grupo.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, pediu para que seja evitado o "colapso do Estado afegão", para que não aconteçam "fluxos migratórios descontrolados para países limítrofes, com a consequente desestabilização".