Zelensky pede que gasoduto Nord Stream 2 tenha projeto paralisado
"A decisão de suspender a certificação do Nord Stream 2 é importante, mas deve ser tornar irreversível, e esse projeto deve ser paralisado, porque é uma arma que já está sendo utilizada contra a Ucrânia, contra toda a Europa", apontou o chefe de Estado, em entrevista coletiva conjunta concedida com os presidentes da Polônia, Andrzej Duda, e da Lituânia, Gitanas Nauseda.
Ontem, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou a suspensão do processo de certificação do gasoduto, cuja construção foi concluída no ano passado. A medida foi uma reação ao reconhecimento da Rússia à independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
O Nord Stream 2, que tem 1.235 quilômetros de extensão, foi construído para levar gás russo diretamente para o território alemão, por baixo do fundo do mar Báltico, sem a necessidade de passagem pelo território ucraniano, como já acontece com o Nord Stream 1.
O Kremlin considerou "errôneo" o congelamento da certificação do gasoduto.
"Temos dito constantemente que esse projeto não tinha nada a ver com política", garantiu ontem o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
O representante do Kremlin destacou que o Nord Stream 2 é um projeto puramente comercial "que, além do benefício mútuo, foi projetado para se converter em um elemento estabilizador para o mercado de gás na Europa".
PEDIDO POR MAIS SANÇÕES.
Zelensky também agradeceu Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Reino Unido pelas sanções impostas contra a Rússia nos últimos dias, pelo reconhecimento da independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, embora tenha pedido mais medidas.
"Esperamos mais passos para aumentar a pressão penalizadora", disse o chefe de Estado ucraniano.
Andrzej Duda, por sua vez, garantiu que mais sanções da UE contra a Rússia poderiam incluir a revogação de vistos ou proibições de viagem.
"Lamentarei se tiver que respaldar sanções que tornariam impossível que os cidadãos russos viajem para a Polônia, mas, se o presidente Vladimir Putin retira o direito de outras pessoas a viverem em paz, essas medidas serão tomadas", garantiu.
Zelensky evitou dizer quais seriam as próximas medidas de Putin, que também anunciou a possibilidade de enviar soldados russos para Donetsk e Lugansk, onde estão 150 militares enviados por Moscou para as fronteiras com a Ucrânia.
"Acredito que isso é mais sério do que a previsão do tempo. Assim, não posso dizer o que pode acontecer e o que pode ser feito pela Federação Russa, pelos separatistas, pelo presidente russo. Mas, sem previsões, sei, claramente, como atuará nosso exército", ameaçou o líder ucraniano.
GARANTIAS DE SEGURANÇA.
Zelensky afirmou que a Ucrânia, atualmente, não pertence à nenhuma aliança de segurança, o que faz com que o país precise "agora mesmo, de garantias de segurança claras e concretas" do Ocidente e também da Rússia.
O presidente ucraniano ainda garantiu que o país que lidera, assim como Polônia e Lituânia, estão unidos na condenação ao reconhecimento dos territórios pró-russos no leste da Ucrânia.
"É mais outro ato de agressão contra nossa soberania e integridade territorial. É uma legitimação da presença militar russa no Donbas temporariamente ocupado", afirmou Zelesnky.
"Significa uma retirada unilateral da Rússia dos Acordos de Paz de Minsk e atrapalha os esforços da Ucrânia e da comunidade internacional para encontrar uma solução pacífica para o conflito iniciado em 2014 no Donbas. EFE
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