Zelensky se recusa a receber presidente alemão por vínculos com Nord Stream
O chefe de Estado alemão pretendia visitar a capital ucraniana junto com o presidente da Polônia, Andrej Duda, segundo informações do jornal "Bild".
A ideia havia partido do chefe de governo polonês, que queria reunir também os presidentes dos países bálticos. A viagem aconteceria hoje, depois da ida de Steinmeier à Varsóvia.
No entanto, de acordo com o "Bild", Zelensky não quis receber o presidente alemão, pelos vínculos que o político teve com a construção do Nord Stream.
O próprio Steinmeier reconheceu semanas atrás o erro de avaliação, por ter defendido como ministro a necessidade de levar o projeto adiante.
O presidente da Alemanha foi integrante do gabinete do chanceler social-democrata Gerhard Schröder, e, posteriormente, também integrou o governo de Angela Merkel, entre 2005 e 2009, e entre 2013 e 2017, como ministro das Relações Exteriores.
Schröder e o presidente da Rússia, Vladmir Putin, assinaram acordo para a construção do primeiro gasoduto em parceria entre os dois países, que entrou em funcionamento em 2011.
O pacto foi firmado em 2005, meses antes do então chanceler alemão deixar o poder, para depois passar a fazer parte do conselho da Nord Stream, função que segue exercendo.
Em 2011, depois da entrada em funcionamento do primeiro gasoduto, houve acordo para a construção do Nord Stream 2, para aumentar o transporte direto de gás russo para a Alemanha, através do mar Báltico.
O segundo projeto ficou mantido por decisão de Merkel e da coalizão com que ela governava, o que incluia os sociais-democratas, de Steinmeier, apesar da anexação russa da Crimeia, em 2014.
O atual chanceler alemão, Olaf Scholz, suspendeu a licença da construção do segundo gasoduto, logo depois da invasão ordenada por Moscou à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
No entanto, a Alemanha segue recusando aplicar um ambargo imediato nas importações de gás da Rússia, devido a forte dependência da fonte energética da antiga república soviética.
A Ucrânia e a Polônia criticam abertamente a posição de Berlim, responsabilizando Schröder, como responsável pelo acordo, Merkel, por prorrogá-lo, e Scholz, por não rompê-lo. EFE
gc/bg
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