Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Boric promulga aumento histórico do salário: "Que ninguém fique para trás"

23/05/2022 19h00

Santiago, 23 mai (EFE).- O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou nesta segunda-feira que seu governo está "profundamente comprometido com a promoção do trabalho decente" e com a necessidade de que "ninguém fique para trás", após promulgar a lei que prevê o maior aumento do salário mínimo em 23 anos.

"Sempre digo que podemos discordar em algumas coisas e ter debates complexos, mas, quando nos colocamos em acordo, tiramos o melhor de nós mesmos", destacou Boric, ressaltando a unanimidade com a qual a iniciativa foi aprovada na Câmara de Deputadas e Deputados na semana passada.

"O que estamos promovendo não é contra ninguém, são acordos que beneficiam todos os cidadãos do nosso país (...) Estamos construindo com base no que fizeram os que nos precederam. Não podíamos falar em aumentar o salário mínimo para 400.000 (cerca de R$ 2.310) se não fossem os esforços que foram feitos anteriormente", acrescentou.

O aumento foi fruto de um acordo histórico entre o governo e a Central Unitaria de Trabajadores (CUT), maior central sindical do país, e coloca o Chile na vanguarda da América Latina, embora ainda longe dos principais países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em matéria de salário mínimo.

A iniciativa prevê um aumento em duas parcelas: até 380.000 pesos em 1º de agosto (cerca de R$ 2115) e até 400.000 pesos depois.

O ministro da Fazenda chileno, Mario Marcel, explicou que o projeto beneficiará um milhão de trabalhadores e inclui ainda um subsídio às pequenas e médias empresas para cobrir o reajuste do salário mínimo acima da inflação e um auxílio aos mais vulneráveis para? enfrentar o aumento do preço da cesta básica.

Se a inflação acumulada em 12 meses até dezembro de 2022 for superior a 7%, o projeto também determina que a renda mínima subirá para 410.000 pesos por mês (cerca de R$ 2365) a partir de janeiro do próximo ano.

Após uma recuperação histórica do Produto Interno Bruto (PIB) de 11,7% em 2021, a maior expansão em quatro décadas, a economia chilena mostra sinais de arrefecimento e registra uma inflação interanual sem precedentes de 9,4%. EFE