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Dívida líquida caiu em agosto em função da desvalorização cambial, diz BC

Fabrício de Castro

Brasília

28/09/2018 13h51

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou nesta sexta-feira, 28, que a queda da dívida líquida registrada na passagem de julho para agosto, de 52,2% para 51,2% do Produto Interno Bruto (PIB), deve-se à desvalorização cambial ocorrida no mês passado.

Ele lembrou que, com a alta do dólar ante o real, a dívida líquida acaba sendo favorecida, porque ela leva em conta, além dos passivos em dólar, os ativos na moeda estrangeira - no caso, as reservas internacionais. Como o Brasil é credor em moeda estrangeira, o avanço do dólar reduz a dívida líquida.

Este efeito, no entanto, não ocorre na dívida bruta, que não leva em conta as reservas. "O efeito da desvalorização cambial se dá apenas sobre passivos, o que contribui para aumentar dívida bruta", pontuou Rocha.

Ainda assim, a dívida bruta registrou um aumento contido, de 77,2% para 77,3% do PIB, de julho para agosto. Conforme Rocha, isso ocorreu porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) antecipou o pagamento de R$ 70 bilhões de sua dívida ao Tesouro em agosto.

"O déficit nominal contribuiu para aumentar a dívida bruta. O efeito do câmbio foi um fator de aumento. O fator de redução foi o pagamento do BNDES ao Tesouro", resumiu Rocha. "Enquanto a economia continuar a ter déficits primários, a dívida vai tender a crescer. Para a dívida se estabilizar, é preciso que o setor público faça superávits primários", acrescentou.