Fitch reafirma rating BBB+ do México, mas revisa perspectiva para negativa
A agência afirma esperar que o próximo governo, do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador, deve continuar a adotar os aspectos centrais da política macroeconômica, como a disciplina orçamentária e a autonomia do Banco do México. Há, porém, riscos de piora relacionados à posição fiscal do próximo governo, adverte a Fitch. A agência afirma que há riscos de que reformas anteriores, como a do setor de energia, possam ficar estagnadas, o que resultaria em menos investimentos e crescimento mais fraco do que o previsto. "A decisão de cancelar a construção de um novo aeroporto para a Cidade do México envia um sinal negativo aos investidores", diz a agência, em relação ao anúncio feito por López Obrador nesta semana de que desistirá da obra em Texcoco.
A Fitch aponta ainda que propostas para grandes investimentos de capital pela Pemex, cujo balanço já está sob pressão, é um risco crescente para o próprio rating soberano. López Obrador assume em 1º de dezembro, com maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. O novo governo prometeu não elevar impostos nos três primeiros anos no poder, mas a agência diz que a lei de responsabilidade fiscal que limita o gasto atual poderia, em tese, ser alterada.
Na avaliação da Fitch, algumas promessas do novo governo, como mais gastos sociais e em pensões, podem ser difíceis de acomodar, no quadro orçamentário atual. A proposta de que a Pemex invista para ampliar sua capacidade de refino para substituir as importações de gasolina exigiriam mais empréstimos e significariam mais passivos para o governo, alerta, lembrando que a produção de petróleo da estatal continuou a recuar em 2018, contrariando as expectativas de estabilização. Agora, a Fitch diz que há riscos de baixa para a perspectiva de estabilização na produção petrolífera prevista pelas autoridades para 2019. "A estabilização da produção de petróleo seria um apoio, já que a queda nela tem pressionado o crescimento nos últimos anos."
A Fitch espera que o crescimento mexicano fique em cerca de 2% em 2019 e 2020. Apesar dos riscos, ela nota que os ratings do país são apoiados por uma economia diversificada e um histórico de disciplina econômica que ancora a estabilidade macroeconômica e contém desequilíbrios. Por outro lado, o crescimento econômico está em nível moderado, há fraquezas estruturais e uma receita baixa em comparação com países de rating similar, além da fraqueza institucional, "ilustrada pela alta incidência de violência e corrupção relacionadas às drogas", afirma a agência.
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