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Ilan evita comentar razões que o levaram a não ficar no comando do BC

Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

Brasília

28/11/2018 14h12

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse nesta quarta-feira, 28, que espera ficar à frente da autoridade monetária até março do próximo ano. Ele não quis revelar as razões pessoais que o levaram a recusar o convite para continuar à frente do BC. Ilan disse apenas que "são questões pessoais, que continuam a ser pessoais."

"Acredito que a sabatina de Roberto Campos Neto pelo Senado deve ocorrer em fevereiro. A ideia é a transição ocorrer e a diretoria do BC permanecer", respondeu o presidente do BC, referindo-se ao nome indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a autoridade monetária.

Para Ilan Goldfajn, não deve haver mudanças na política cambial do BC no próximo governo. Segundo ele, a criação do Comitê de Estabilidade Financeira não afetará a política cambial da autoridade monetária.

"Haverá um fórum para discutir o que cada órgão do governo está fazendo, mas a política cambial é uma política do BC e continuará assim. O BC seguirá o mesmo papel. A transição também dá segurança ao mercado de que a política cambial não é de um presidente", completou.

Ilan Goldfajn também disse ter certeza de que a Agenda BC+ irá continuar sob a gestão de Campos Neto.

CMN

Ilan disse que não cabe a ele se manifestar sobre as decisões que o novo governo tomará em relação à composição do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Atualmente, o colegiado é formado pelo presidente do BC e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento. No próximo governo, os dois ministérios serão fundidos no Ministério da Economia.

Cadastro positivo

O presidente do Banco Central avaliou que a demora na aprovação do projeto de cadastro positivo no Congresso ocorre porque alguns partidos não entendem a proposta como o BC entende. "Alguns partidos ficaram na dúvida quanto ao cadastro positivo. Faz parte da democracia", limitou-se a responder.

Ilan concedeu na manhã desta quarta-feira entrevista coletiva para apresentar os resultados dos dois anos da Agenda BC+, de ações da instituição nas áreas de cidadania financeira, melhoria da eficiência no sistema financeiro, arcabouço legal e custo de crédito.