Governo não pode ser máquina de transferência perversa de renda, diz Guedes
"Somos uma sociedade fraterna, somos solidários. Não podemos ser máquina de transferência perversa de renda através da Previdência Social, impostos e subsídios", destacou Guedes, em discurso no lançamento do Painel de Viagens, ferramenta de controle e transparência de viagens de servidores públicos.
Na terça, 12, após pressão do agronegócio, o governo recuou e garantiu vantagens aos produtores de leite, com o aumento do imposto sobre o produto em pó importado da União Europeia, para compensar o fim da taxa de antidumping. A medida foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, na rede social Twitter, em uma derrota da equipe econômica, que era contra a manutenção dos benefícios.
"Todos os dias, vem gente de todo o Brasil para pedir coisas ao Brasil. Mas eu pergunto: o que eles podem dar ao Brasil?", questionou o ministro. Entre os pedidos dessas pessoas estão "subsídios, dinheiro para isso, dinheiro para aquilo". "Quebraram o Brasil", disse Guedes. "Muitas vezes nossa vida é jogada de um lado para o outro e não são as melhores opções."
O ministro fez uma defesa dos servidores públicos, que lotaram o auditório do Ministério da Economia para assistir ao lançamento do programa. "Nós somos servidores, muito mais que autoridades. Estamos servindo o Brasil por um curto período de tempo. Vocês não, são servidores há muito tempo e estão defendendo o patrimônio do Brasil", disse, ressaltando políticas que elevem a transparência e a eficiência da máquina pública, entre elas o Painel de Viagens.
Em seu discurso, o ministro elogiou ainda o Tribunal de Contas da União (TCU) e afirmou que o órgão tem cooperado com o governo. Guedes disse ainda que os tribunais de conta estaduais devem "subir ao padrão do TCU" e elevar o nível de controle sobre as finanças dos Estados. O assunto foi revelado por reportagem do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
"O TCU tem dado uma demonstração extraordinária de competência. Corrige o Executivo quando está errado, e agora vai ter que ajudar os tribunais de contas estaduais (TCEs), porque os Estados estouraram, em visível falta de controle dos tribunais estaduais", disse ele.
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