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FGV vê sinal de alerta no setor de serviços após 3ª queda da confiança

Denise Luna

Rio

30/04/2019 12h51

O excesso de otimismo com a economia no ano passado se transformou em frustração no início deste ano e o começo do segundo trimestre acendeu um sinal de alerta no setor de serviços, avaliou o coordenador das Sondagens do FGV Ibre, Rodolpho Tobler. Apesar dos empresários ainda estarem pensando em contratar mais do que demitir, "o efeito lua de mel de início de governo já passou", disse Tobler ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Os empresários já calibraram no início do ano por terem superestimado (a economia) e já há frustração, o que impacta os próximos meses", avaliou o economista. "A leitura inicial é que o caminho de recuperação se mantém, mas é um sinal de alerta", completou.

Na manhã desta terça-feira, 30, a FGV Ibre divulgou o Índice de Confiança de Serviços (ICS) de abril, uma queda de 0,9 ponto, para 92,1 pontos, a terceira seguida do termômetro da FGV que mede tendências de curto prazo e o quadro geral das empresas do setor de serviços. Foram coletadas informações de 1.907 empresas entre os dias 1º e 25 de abril.

Também pelo terceiro mês consecutivo, o indicador que mede o Emprego Previsto recuou, em 1,3 ponto, para 104,9 pontos, acumulando perda de 5,1 pontos. A parcela de empresas com intenção de aumentar o total o pessoal ocupado nos três meses seguintes ficou em 17,5%, o menor porcentual desde novembro de 2018 (17,4%).

Tobler observou que mesmo depois de cair duas vezes este ano, o Emprego Previsto ainda se mantém acima dos 100 pontos, o que indica que os empresários ainda têm intenção de contratar mais do que demitir.

"Enquanto não definir claramente como vai ser a economia em 2019 os empresários vão ficar rateando, vai continuar com um ritmo de recuperação mais lenta, tanto no Emprego Previsto como na Confiança dos Serviços", explicou, prevendo uma recuperação mais gradual da economia.

Ele destacou que o fato da Confiança dos Serviços em abril ter novamente recuado, puxado pelo indicador Situação Atual, mostra que a demanda está fraca apesar de já ter vindo de duas quedas fortes em fevereiro (-1,7) e março (-3,5). "Agora a expectativa é de que aumente nos próximos meses", afirmou.

Em janeiro, por exemplo, o Índice de Confiança era positivo em 3,6 pontos.