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Com novas provisões, Vale tem 2º prejuízo consecutivo, com perda de US$ 133 mi

Fernanda Guimarães

São Paulo

31/07/2019 19h43

A Vale voltou a registrar prejuízo no segundo trimestre deste ano, devido às novas provisões relacionadas à tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Com isso a companhia registrou perdas de US$ 133 milhões no intervalo de abril a junho. O prejuízo é o segundo consecutivo, depois da perda de US$ 1,6 bilhão nos três primeiros meses do ano.

"Conforme progredimos para uma reparação completa e efetiva, o segundo trimestre foi um período de transição para o negócio, com o rompimento da barragem em Brumadinho ainda impactando volumes, custos e despesas. Entretanto, nossa resposta começou a dar frutos para garantir a segurança das pessoas e das operações da companhia, bem como para reduzir incertezas e entregar resultados sustentáveis com um portfólio de produtos de alta qualidade, que já serão refletidos no próximo trimestre", afirmou o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, em documento que acompanha o demonstrativo financeiro divulgado nesta noite de quarta-feira, 31.

Segundo a Vale, provisões por conta da tragédia de Brumadinho somaram US$ 1,5 bilhão no segundo trimestre. O descomissionamento de barragem de rejeitos de Germano consumiu US$ 257 milhões adicionais e a Fundação Renova, relacionada à tragédia da Barragem em Mariana, mais US$ 383 milhões. As provisões não haviam sido contabilizadas nas projeções das instituições financeiras.

A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no intervalo entre abril e junho veio em US$ 3,098 bilhões, queda de 20% na relação anual. O resultado reverte ainda o número negativo registrado nos três primeiros meses deste ano, quando a empresa teve queima de caixa, a primeiro de sua história, exatamente por conta de Brumadinho. No segundo trimestre a margem Ebitda ajustado ficou em 34%.

Projeções

A Vale apresentou um prejuízo líquido de US$ 133 milhões no segundo trimestre do ano, ante uma projeção de lucro do mercado. Sem considerarem provisões adicionais por conta da tragédia em Brumadinho, que ocorreu em janeiro, a média projetada por instituições financeiras apontava para um ganho de US$ 2,508 bilhões, conforme estimativas coletadas no BB Banco de Investimento, BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, Safra e XP Investimentos.

Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 3,098 bilhões veio 33% menor do que a projeção de US$ 4,663 bilhões.

A receita líquida da Vale, por fim, que alcançou US$ 9,186 bilhões, ficou em linha com as estimativas (US$ 9,458 bilhões).

O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, considera em linha quando o resultado se difere em até 5% das estimativas de mercado.