Maia: resultado da reforma é demonstração de Parlamento querendo mudar o País
Apesar disso, Maia afirmou que a reforma da Previdência não foi a ideal uma vez que a Câmara desejava "muito" a inclusão de Estados e Municípios. No entanto, a política local, conforme ele, pesou. "Não é a reforma perfeita porque faltou incluir os Estados e municípios. Queríamos muito ter incluído, mas a questão política local pesou", disse.
Para Maia, o País terá muita dificuldade de tratar a questão de professores e policiais militares nos próximos dois anos uma vez que ambas as categorias têm voto suficiente para derrubar mudanças que não tiverem sido previamente acordadas com as classes. "60% do problema dos Estados e Municípios são esses. Temos de dar solução, saída que trate disso", reforçou o presidente da Câmara.
Ele disse ainda que o Estado perdeu a capacidade de olhar para o futuro, condicionando o orçamento público para o passado, com quase todo o primário voltado a despesas obrigatórias. Segundo Maia, isso decorre de um ciclo, no qual o País foi capturado por corporações públicas e privadas. Acrescentou, porém, que essa não é exclusividade do Brasil e atinge outros países da América Latina.
"Falta muito o que quer fazer e não temos instrumento. A previdência tira líquido R$ 50 bilhões todo ano, que é perto do que o Brasil tem para investir. Significa que há algo muito errado no nosso País", acrescentou Maia.
O presidente da Câmara defendeu ainda uma saída estrutural para os gastos públicos ou, do contrário, o País continuará em um ciclo vicioso. "Precisamos ter foco muito grande e tenho dito isso. Como vamos organizar despesas públicas? Temos grande gasto, que é a previdência. A Câmara já cumpriu papel importante na economia, com um orçamento muito maior do que aquilo que todos projetaram até a votação do primeiro turno", concluiu ele.
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