Com pressão de carnes, Fipe eleva projeção para IPC do mês, de 0,35% para 0,57%
Com isso, a projeção do IPC de novembro passou de 0,35% para 0,57%, principalmente pelo choque de proteínas, que tem relação com o aumento da demanda pela China no contexto da peste suína no País.
Depois da divulgação do índice deste mês, Moreira ainda indicou que deve alterar a projeção de 2019 de 3,41% para cerca de 3,52%. "Até a semana passada, só a carne bovina subia fortemente, agora houve porcentuais elevados também das aves e da carne suína. Agora contaminou e deve continuar com avanço significativo nas próximas semanas, em novembro e em dezembro. Além disso, o preço de feijão também aumentou e a tendência é continuar."
As carnes bovinas subiram de 4,20% para 8,03% da segunda para a terceira quadrissemana, e a ponta (pesquisas mais recentes - terceira semana de novembro ante mesmo período de outubro) já mostra alta de 16,70%. As suínas passaram de 3,11% para 6,61% e as aves saíram de -0,90% para avanço de 6,61%, as pontas mostram alta de 11,80% e 9,30%, respectivamente.
O feijão deixou a queda de 1,46% e subiu 3,17%, e as pesquisas mais recentes mostram elevação de 14,8%.
Moreira lembra ainda que a depreciação forte do real ante o dólar aumenta o risco de novos aumentos da gasolina (0,73% para 0,68%), além dos dois últimos já anunciados pela Petrobras e que ainda não afetaram o índice, o que pode deixar ainda mais pressionado o IPC no fim do ano.
Os custos com viagem (9,78% para 13,53%) também são influência para cima devido à sazonalidade de fim de ano, assim como os jogos lotéricos (5,18% para 12,62%) por causa do reajuste recente.
A energia elétrica (-2,91% para -2,92%) deve também começar a captar a mudança de bandeira amarela para vermelha 1 entre outubro e novembro na próxima leitura.
Moreira avalia que as pressões de carne e gasolina, combinado com a depreciação cambial, são um risco para o IPC, mas que são todos choques de custo e que estão concentrados até o momento. "Ainda é cedo para falar em contaminação para 2020, porque a inflação ainda está bem comportada, principalmente os núcleos, e a ociosidade deve continuar grande, mesmo com a recuperação mais forte prevista para o ano que vem."
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