Conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, reafirma BC
Esta avaliação já constou no comunicado da semana passada da reunião do Copom, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi reduzida de 5,00% para 4,50% ao ano.
Na ata do encontro, publicada na última terça-feira, o BC também havia repetido a avaliação.
A taxa estrutural é aquela que, em tese, permite o crescimento econômico sem gerar inflação.
No RTI desta quinta, o Copom também avaliou que sua decisão da semana passada "reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2020 e, em grau menor, o de 2021".
Fatores de risco
Os membros do Copom reafirmaram por meio do RTI, que seu cenário inclui fatores de risco "em ambas as direções" - ou seja, na direção de baixa e na de alta de inflação.
Assim como registrado no comunicado e também na ata do encontro, o RTI traz mudanças significativas no balanço de risco do BC em relação a encontros anteriores do Copom. De um lado, na avaliação do BC, o nível elevado de ociosidade da economia pode continuar produzindo uma inflação menor que a esperada.
Do outro lado, o Copom voltou a citar que o atual grau de estímulo - com quatro cortes seguidos que totalizaram 2 pontos porcentuais de redução na Selic - atua com defasagens sobre a economia. Isso aumenta a incerteza sobre os canais de transmissão da política monetária e pode elevar a inflação. A novidade foi que o BC pontuou em seus documentos que essa incerteza ocorre em um contexto de transformações na intermediação financeira.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem destacado em suas recentes apresentações que essas transformações ocorrem em todo o mundo, com o crescimento da oferta digital de produtos financeiros e com a entrada das chamadas fintechs no mercado de crédito.
Esse risco de uma inflação mais elevada, continuou o Copom, se intensifica nos casos de deterioração do cenário externo para economias emergentes ou eventual frustração em relação à continuidade das reformas na economia.
Mais uma vez, o Copom reconheceu que o processo de reformas econômicas tem avançado, mas repetiu que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. "O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes", reiterou o RTI.
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