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Correção: Setor externo tem déficit de US$ 2,164 bilhões em novembro, diz BC

Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

Brasília

20/12/2019 11h00

A nota enviada anteriormente continha uma incorreção. O déficit em transações correntes de novembro ficou acima do teto das projeções, e não dentro do intervalo, conforme constou. Segue o texto corrigido.

Após o déficit de US$ 7,874 bilhões em outubro, o resultado das transações correntes ficou negativo em novembro deste ano, em US$ 2,164 bilhões, informou nesta sexta-feira, 20, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 5,8 bilhões na conta corrente.

O número do mês passado ficou acima do teto do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 5,800 bilhões a déficit de US$ 2,900 bilhões (mediana negativa de US$ 3,500 bilhões). O déficit de US$ 2,164 bilhões de novembro é o melhor resultado para o mês desde 2016, quando houve déficit de US$ 341,8 milhões.

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,777 bilhões em novembro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,065 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,916 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 2,266 bilhões.

No acumulado do ano até novembro, o rombo nas contas externas soma US$ 45,047 bilhões. A estimativa do BC, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado na quinta-feira, 19, é de déficit em conta corrente de US$ 51,1 bilhões em 2019 e de US$ 57,7 bilhões em 2020.

Já nos 12 meses até novembro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 51,163 bilhões, o que representa 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB).

Lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,827 bilhão em novembro, informou o BC. A saída líquida representa um volume inferior aos US$ 2,760 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do ano até novembro, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 27,630 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2019 some US$ 32,0 bilhões. Para 2020, a projeção é de US$ 34,0 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,100 bilhão em novembro ante US$ 1,165 bilhão em igual mês do ano passado.

No acumulado do ano até novembro, essas despesas alcançaram US$ 21,840 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 24,3 bilhões. No caso de 2020, a estimativa é de US$ 22,0 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em novembro, informou o Banco Central. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 816 milhões. Em igual mês de 2018, o déficit nessa conta foi de US$ 921 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,247 bilhão em novembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 432 milhões no mês passado.

No ano até novembro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 10,693 bilhões. Para 2019, o BC estima um déficit de US$ 12,0 bilhões nesta conta. No caso de 2020, a projeção é de déficit de US$ 13,5 bilhões.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em novembro é de US$ 326,897 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2018 terminou com uma dívida de US$ 320,612 bilhões.

A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 253,529 bilhões em novembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 73,368 bilhões no fim do mês passado.