Guedes pede que empresários conversem com outros poderes sobre retomada
Na mesma videoconferência em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu para empresários "jogarem pesado" com governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), contra medidas de isolamento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cobrou do empresariado que conversem com os "outros Poderes" e não apenas o Executivo para a retomada da economia.
O ministro e o presidente participaram hoje de reunião virtual com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e demais empresários. Apesar de pedir mais uma vez que o empresários busquem conversar com o Congresso e o Supremo, Guedes negou, contudo, estar fazendo pressão.
"A gente defende com certo entusiasmo e às vezes há uma má leitura disso. 'Ah, eles tão querendo pressionar isso, pressionar aquilo'. Não é nada disso. Acreditamos no Congresso, acreditamos justamente de que a coisa vai dar certo no final. Agora, temos que lutar", disse Guedes.
Antes, o ministro falou em um "sacrifício" por parte dos empresários pedindo que dialoguem com os outros poderes públicos. "A hora é de sacrifício, os senhores (empresários) têm que chamar realmente, o conselho do presidente é o seguinte: chamem os outros poderes, conversem com os outros poderes."
Guedes citou que não depende de Bolsonaro acabar com as medidas de restrição ao comércio e que essa "decisão desceu para os governadores". "Uma coisa é você ficar um certo tempo fechado. A outra coisa é você de repente descontinuar a produção nacional e mergulhar em uma depressão. Então, esse é o alerta do presidente, nós não queremos pressionar nenhum poder."
Para o ministro, o Congresso tem um perfil reformista e pode ajudar o governo a "surpreender o mundo". "Sabemos que os sinais vitais ainda estão preservados, ou seja, temos chance de fazer uma recuperação em V. Acredito que o Congresso nosso pode nos ajudar a surpreender o mundo sim."
Guedes, contudo, pediu a mediação dos empresários no relacionamento com o parlamento. "Nós precisamos do apoio dos senhores, que sempre financiaram campanhas eleitorais, que têm acesso a todos os parlamentares, que têm intimidade com presidente da Câmara e presidente do Senado, os senhores têm acesso. Trabalhem esse acesso para nos apoiar", declarou.
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