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Fed diz ver volta ao trabalho na economia dos EUA e uma melhora em dados

Richard Clarida afirmou que a economia norte-americana passa por um processo de "volta ao trabalho" - Jim Bourg/Reuters
Richard Clarida afirmou que a economia norte-americana passa por um processo de "volta ao trabalho" Imagem: Jim Bourg/Reuters

Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

19/06/2020 16h38

Vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Richard Clarida afirmou hoje que a economia norte-americana passa por um processo de "volta ao trabalho", com a divulgação de alguns dados recentes positivos, citando o mais recente relatório mensal de empregos (payroll) e as vendas no varejo. Segundo ele, porém, ainda é preciso esperar mais um pouco para haver mais clareza, diante de um quadro que é complexo pelas incertezas com a pandemia, notou.

Clarida falou em entrevista à Fox Business, na qual defendeu o papel do Fed de "sustentar o fluxo de crédito na economia". "Queremos um mercado funcional para sustentar o crédito e acredito que isso está funcionando", afirmou. Questionado sobre eventuais riscos na compra de bônus de empresas pelo Fed, ele disse que o foco do BC americano nessas compras é adquirir dívida de companhias que possuem grau de investimento ou ao menos que possuíam esse selo antes da crise atual causada pela covid-19.

O dirigente comentou que uma vacina para a doença seria "obviamente" um fator muito positivo para o cenário. "Mas certamente isso não está no horizonte de curto prazo agora", admitiu.

O vice do Fed ainda foi perguntado se não seria o caso de reduzir a meta de inflação, por causa da dificuldade há tempos de atingir esse nível dos preços nos EUA. "Não estamos nem pensando em pensar em reduzir nossa meta de 2% para a inflação", afirmou ele, dizendo que esse nível é adequado para uma trajetória adequada nos preços e também apoiar o mercado de trabalho.

Sobre juros negativos, Clarida não quis se estender, mas disse que, na reunião de outubro de 2019 do conselho do Fed, todos os dirigentes presentes mostraram preocupação sobre o instrumento e sua eficácia ou não nos EUA. "A visão da maioria deles não mudou desde então", afirmou.