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Opep vê produção de petróleo no Brasil de volta ao nível de novembro de 2019

Trabalhador em plataforma de petróleo na Bacia de Santos, litoral do Rio de Janeiro - Pilar Olivares
Trabalhador em plataforma de petróleo na Bacia de Santos, litoral do Rio de Janeiro Imagem: Pilar Olivares

Célia Froufe

Londres

14/09/2020 11h43

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prevê que a produção da commodity pelo Brasil será de 3,78 milhões de bpd (barris por dia) em 2020 e de 3,92 milhões de bpd no ano que vem. Os dados foram atualizados hoje pela entidade que tem sede em Viena, por meio de seu relatório mensal.

De acordo com o documento, a atividade doméstica de petróleo bruto em julho voltou ao nível de novembro de 2019, principalmente devido ao crescimento da produção recorde de 100 mil bpd na comparação mensal no campo de Búzios, para uma média de 610 mil bpd.

Além disso, a Opep citou que a Petrobras já havia iniciado a produção do campo de Atapu, no dia 25.

"De acordo com dados oficiais, a produção total de líquidos, incluindo biocombustíveis, aumentou 60 mil bpd, para uma média de 3,82 milhões de bpd em julho", trouxe o relatório.

Global

A Opep revisou para baixo sua expectativa para a contração da demanda global pela commodity em 2020 e previu que a recuperação no próximo ano será mais lenta do que o imaginado anteriormente. De acordo com o relatório mensal divulgado hoje, o consumo geral neste ano deverá cair 9,5 milhões de bpd, 400 mil bpd de diferença em relação ao mês passado (9,1 milhões de bpd), para uma média de 90,2 milhões de bpd. Para 2021, a expectativa agora é de expansão de 6,6 milhões de bpd, cerca de 400 mil abaixo da avaliação do documento de agosto, para uma média de 96,9 milhões de bpd.

A mudança na projeção para 2020 é fruto de uma revisão para cima (100 mil bpd) da expectativa do uso da commodity pelos países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A queda da demanda durante o segundo trimestre do ano, quando a Europa foi mais atingida pela pandemia de coronavírus, foi menor do que o esperado.

Fora desse grupo, a perspectiva de consumo para o ano foi revisada para baixo em cerca de 500 mil bpd, devido ao desempenho mais fraco nos países que são classificados pela entidade como "outra Ásia" (nações do continente excluindo China e Japão), particularmente na Índia.

"A OCDE Américas registrou quedas abaixo do esperado, impulsionadas pela demanda estável de matéria-prima petroquímica, enquanto os aumentos no reabastecimento de combustível para aquecimento atenuaram a redução da demanda na OCDE Europa", comentou a Opep.

Com isso, a previsão de demanda de petróleo pela OCDE Américas no segundo semestre de 2020 foi revisada para baixo. Na região da Ásia-Pacífico, o desempenho da Coreia do Sul foi melhor do que o esperado ao longo do segundo trimestre, apesar de uma redução marginal. Isso foi apoiado, conforme a entidade, por atividades industriais estáveis. "Até agora, a demanda por petróleo na Índia, Indonésia, Tailândia e Filipinas teve um desempenho muito pior do que o inicialmente esperado", comparou.

Por outro lado, o documento enfatizou que a demanda por petróleo na China no segundo trimestre do ano foi ajustada para cima devido aos dados melhores do que os previstos, compensando marginalmente a revisão para baixo da "outra Ásia".

2021

Já para 2021, o impacto negativo sobre a demanda por petróleo em "outra Ásia" deve se espalhar para o primeiro semestre do ano. Ao mesmo tempo, de acordo com a Opep, uma recuperação mais lenta das necessidades de combustível para transporte na OCDE limitará o potencial de crescimento da demanda de petróleo na região. Além disso, a Organização citou que os riscos permanecem elevados e inclinados para o lado negativo, em função da continuidade do volume de infecções de covid-19 enquanto não há notícias práticas sobre vacinas.

Por fim, a Organização mencionou ainda que a velocidade de recuperação das atividades econômicas e o potencial de crescimento da demanda pela commodity em outros países asiáticos, com destaque para a Índia mais uma vez, permanecem incertos. "Estima-se que o aumento do teletrabalho e conferências à distância limite a recuperação total dos combustíveis para transporte para os níveis de 2019", finaliza a Opep.