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Consumo turbinado pelo auxílio emergencial

09/10/2020 07h04

O auxílio emergencial foi "mais do que capaz" de mitigar a queda da renda da população, na avaliação do economista-chefe do banco Haitong, Flavio Serrano. "Já voltamos a um nível bastante próximo do que vigorava anteriormente (no varejo). As transferências foram capazes de fazer com que as pessoas conseguissem manter o padrão de consumo", disse.

Para Daniel Silva, economista da Novus Capital, o resultado do varejo em agosto trouxe uma boa mensagem para a atividade econômica no terceiro e quarto trimestre, porque não há sinais de desaceleração relevante no ritmo de vendas até o fim do ano. "Vai desacelerar porque a base já não é baixa, mas deve ser bastante gradual, ajudando o PIB", diz Silva. A Novus espera crescimento de 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre em relação ao segundo e alta de 1,5% entre outubro e dezembro. Para 2020, a projeção atual é de queda de 4,5%.

Melhora adicional nesse cenário depende, contudo, de uma reação mais forte dos serviços, o que ainda não é está no cenário. "Até agora não tenho visto nada que indique que vai acelerar o ritmo. Deve continuar melhorando, mas em ritmo gradual, mesmo com a reabertura econômica", analisa.

Para Cristiano Santos, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a redução no valor do auxílio emergencial, de

R$ 600 para R$ 300, pode ter um efeito negativo sobre a renda, mas ainda não é possível saber se contaminará a trajetória de retomada no varejo.

"Temos de ter muita cautela, porque houve uma ruptura na estrutura da série (da Pesquisa Mensal de Comércio) nesse momento de pandemia. É muito difícil colocar algum tipo de fator que possa efetivamente fazer com que a série se torne mais positiva ou negativa ao longo do tempo. Assim como a gente teve uma variação muito grande, pode ter uma variação negativa também muito grande ou uma retomada consistente nos próximos meses", disse.

Para os analistas, o cenário que se desenha para a atividade econômica é turvado também pela questão fiscal. As incertezas em relação a esse quadro podem provocar um desaquecimento do consumo, com as pessoas optando por mais segurança em relação aos gastos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.