Guedes diz preferir privatização clássica da Eletrobras, mas que entende cenário
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que preferia uma "privatização clássica" da Eletrobras, com a venda pelo preço mais alto e uso dos recursos nas necessidades do país, mas que, diante das disputas políticas em torno da medida provisória que permitiu a concessão da estatal à iniciativa privada, é "compreensível" que isso não tenha ocorrido.
"Não vamos chorar muito pela Eletrobras porque a meta de liberalização de energia continua", afirmou, em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em que representantes da indústria reclamaram que a aprovação do projeto pode aumentar o preço da energia para o setor.
De acordo com o ministro, os "jabutis maiores" foram abatidos de projeto da Eletrobras e sobraram apenas alguns que vão "evaporar por serem menos eficientes".
Jabuti é o termo utilizado para designar assuntos que são incluídos em projetos na tramitação no Congresso e não são relacionados ao tema central.
"A equipe econômica tomou cuidado de não ser arrastada para uma situação desfavorável para indústria brasileira", garantiu o ministro.
Guedes comentou a inclusão na medida da obrigação da contratação de 8 mil MW de termelétricas a gás, mesmo em locais sem o insumo, o que pode onerar a tarifa de energia elétrica. "Prometemos comprar energia de termelétricas a menos da metade do preço atual. Parece subsídio, mas é uma promessa de comprar pela metade do preço", afirmou.
Guedes disse ainda ser "perfeitamente cabível" deslocar recursos para revitalização do São Francisco e disse que a medida - que atende pleito do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco - era "politicamente incontornável". "Estamos tomando cuidado para não ter choque de custo mesmo em meio a problemas hídricos", completou.
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