Guedes nega populismo e vê 2021 como 'extraordinário' para contas públicas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou nesta sexta-feira, 28, que o desempenho das contas públicas do País em 2021 foi "extraordinário", conforme o esperado pelo governo. "Houve dúvidas, críticas, acusações de populismo fiscal, todas equivocadas a respeito das nossas contas", disse. "Tivemos resultado extraordinário de déficit de 0,4% do PIB, de R$ 35 bilhões apenas", comparou.
Com forte alta na arrecadação de tributos, as contas do Governo Central registraram em 2021 o menor déficit primário desde 2014. A diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 35,073 bilhões no ano passado, após um déficit de R$ 743,255 bilhões em 2020, conforme divulgação realizada pelo Tesouro Nacional.
O ministro da Economia aproveitou a divulgação para rebater críticas feitas à sua gestão. "Havia muita conversa sobre colapso do arcabouço fiscal, mas o País ainda saía da pandemia", afirmou.
Ele salientou que o Brasil passa hoje pela terceira onda do surto da covid-19, mas que, felizmente, a população adulta está praticamente toda vacinada. "Esperávamos um bom resultado fiscal e lutamos muito por isso", garantiu.
O ministro também rebateu economistas que atribuíam a melhora das contas públicas ao aumento dos preços.
"Se a inflação fosse solução para receita, por que quando fomos a 5.000%, no governo Sarney, ou a 2.000%, no governo de Itamar, ou mesmo no de Dilma, quando houve 15% não houve aumento da arrecadação, resolvemos o problema das contas públicas?", perguntou. "Não é a inflação que resolve, é o controle das despesas. Veio uma recuperação em V como eu dizia, voltou do fundo do poço com força."
Controle do Orçamento
No momento de grande pressão por reajuste de servidores, Guedes, lembrou de seu trabalho de conter os aumentos nos anos anteriores. "Estávamos certos quando não deixamos os recursos destinados ao combate da pandemia virarem aumentos salariais", afirmou.
Ele enfatizou que a equipe econômica apresentou um ajuste "nuca visto antes" como no déficit fiscal do ano passado. "Tivemos coragem de controlar o Orçamento, sem reajustes de salários", afirmou. "Qual o sentido de pedir reajuste de salários mesmo agora, ainda em guerra", perguntou um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro conceder correção aos professores.
Guedes também voltou a citar o governo do PT sobre o assunto, afirmando que o antecessor de Bolsonaro concedeu reajustes que se estenderam por três anos. Mais uma vez, o ministro disse que a economia voltou em V da pandemia em função de um grande aumento da arrecadação.
O cumprimento do teto dos gastos, de acordo com ele, é "apenas um símbolo, uma bandeira" porque a saúde dos brasileiros precisa vir em primeiro lugar. "O ajuste feito em 2021 não acontecerá de novo, o sacrifício já foi feito", garantiu, voltando a repetir a expressão de que a atual geração pagou por "sua guerra" (a pandemia).
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