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Brasil vai retomar crescimento sustentável com investimento privado, diz Guedes

Paulo Guedes reclamou dos críticos que acusam o governo de "populismo fiscal" - Antonio Molina/Folhapress
Paulo Guedes reclamou dos críticos que acusam o governo de "populismo fiscal" Imagem: Antonio Molina/Folhapress

Eduardo Rodrigues e Lorenna Rodrigues

Estadão Conteúdo, Brasília

01/02/2022 10h57Atualizada em 01/02/2022 11h27

O ministro da Economia, Paulo Guedes, citou mais uma vez as mudanças aprovadas em marcos regulatórios de infraestrutura para repetir a avaliação de que o País irá retomar o crescimento sustentável a partir dos investimentos privados. "O Brasil se tornou a maior fronteira de investimentos do mudo no setor real. Não são previsões, são contratos já assinados de investimentos para os próximos anos. Não dependemos mais de um setor público que exauriu sua capacidade de investimento pelas estripulias do passado", afirmou o ministro nesta terça-feira, dia 1º, em participação virtual na Latin America Investment Conference, organizada pelo Credit Suisse.

Guedes também disse que um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro teria o objetivo de dar sequência à transição da economia brasileira que, segundo ele, está incompleta. "Temos dificuldades às vezes em implementar as privatizações, apesar do presidente ter tido 60 milhões de votos e ter se comprometido com programa liberal. Às vezes a oposição está dentro do governo", afirmou.

Segundo Guedes, o governo tem atacado todas as despesas que cresciam descontroladamente. "Teremos uma despesa de juros maior este ano, justamente porque estamos combatendo a inflação", admitiu.

Mais uma vez, o ministro reclamou dos críticos que acusam o governo de "populismo fiscal". "Erraram as previsões sobre a dívida pública por trilhões. Tem muita gente pessimista falando bobagem, não são mais analistas, são militantes", avaliou.

OCDE

O ministro da Economia também afirmou que o Brasil está avançando na abertura internacional e está em direção à integração plena à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"Pela primeira vez na história, houve uma redução de 10% na Tarifa Externa Comum do Mercosul, e vamos avançar mais. E estamos na lista de adesão da OCDE", destacou no evento organizado pelo Credit Suisse.

Guedes avaliou que a atual presidência do G-20 - com a Indonésia - é sensível aos problemas dos "gigantes emergentes". "A Indonésia é um país importante, como o México. O nosso G-7 dos emergentes tem um PIB maior que os sete países avançados mais ricos", comparou. "Estamos nos Brics, no G-20 e estamos em processo de acesso para a OCDE, o que nos integra com os europeus e ainda mais com os americanos", disse.

Arrecadação

Paulo Guedes voltou a negar que o forte crescimento da arrecadação em 2021 - para patamares recordes - tenha ocorrido apenas por causa da alta da inflação no ano passado. "Quando a inflação chegou a 15% com a Dilma, tinha que ter tido arrecadação extraordinária então, mas obviamente não é isso. A inflação aumenta a arrecadação, mas aumenta as despesas também, a menos que você tenha a coragem e desindexar as despesas", afirmou o ministro.