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Grupo Changi decide devolver concessão do Aeroporto do Galeão, no Rio

Vista parcial do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, o Galeão - Marcos Arcoverde/ Estadão Conteúdo
Vista parcial do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, o Galeão Imagem: Marcos Arcoverde/ Estadão Conteúdo

Rio, 10

10/02/2022 19h45

A Changi, operadora da aeroportos de Cingapura, decidiu devolver à União a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio, informou o Ministério da Infraestrutura. A empresa comunicou oficialmente a decisão à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, vai conceder entrevista ainda nesta noite para detalhar como fica a gestão do terminal aéreo após a decisão da Changi, informa a nota divulgada pelo ministério.

A RIOGaleão, concessionária do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio, controlada pela Changi, operadora da aeroportos de Cingapura, citou o desempenho econômico do Brasil desde 2013 e os efeitos da pandemia de covid-19 sobre a aviação civil, ao comentar a decisão de devolver à União a concessão do terminal. A empresa comunicou oficialmente a decisão à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), informou nesta quinta-feira, 10, o Ministério da Infraestrutura.

Em nota, a concessionária informou que uma nova operadora "ficará definida em novo leilão que será lançado pelo governo federal". "Até o final desse processo, o RIOgaleão permanecerá responsável pela operação do aeroporto", diz o comunicado, divulgado há pouco pela empresa.

A RIOGaleão ressaltou que, desde que assumiu a concessão, em 2014, investiu R$ 2,6 bilhões para ampliar a capacidade do aeroporto e aprimorar sua operação. "Com um investimento de R$ 2,6 bilhões, construiu um novo píer (extensão do Terminal 2) e proporcionou melhorias fundamentais ao serviço em tempo recorde para os Jogos Olímpicos Rio 2016", diz a nota.

Os problemas começaram quando "o Brasil sofreu uma profunda recessão econômica de 2014 ao início de 2016", seguida por "um fraco crescimento econômico" durante a fase de pós-recessão, "período em que o tráfego total de passageiros no país caiu cerca de 7%". "Em 2020, quando o setor aéreo mal havia se recuperado ao nível de 2013, a pandemia de Covid-19 provocou uma queda de 90% do número de voos no Brasil e enfraqueceu ainda mais as condições de operação do aeroporto", diz a nota.

Segundo a RIOGaleão, em 2020 e 2021, "o governo federal atuou de forma diligente no apoio ao setor de aviação civil". "A recuperação, no entanto, foi lenta e o covid-19 continuará afetando a indústria da aviação nos próximos anos", continua a nota da concessionária, que ainda enumera diversas melhorias que foram feitas no terminal.

Após o anúncio da concessão do Galeão tanto pelo Ministério da Infraestrutura quanto pela concessionária, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), foi às redes sociais para defender a "relicitação" do terminal internacional de forma "alinhada" com a concessão do Santos Dumont, aeroporto localizado no Centro da capital fluminense, ainda sob gestão da estatal Infraero, que foi incluído na 7ª rodada de concessões. Autoridades locais do Rio vinham se opondo ao modelo de concessão do Santos Dumont definido pelo ministério, sob receio de que a operação privada no terminal menor esvaziasse ainda mais o Galeão.

"Com a decisão da concessionária do Galeão de entregar o aeroporto, o RJ e o Brasil têm uma enorme oportunidade para fazer a relicitação alinhada com a concessão do Santos Dumont. Vamos trabalhar para valorizar os dois aeroportos e construir o melhor resultado o estado", escreveu Castro no Twitter.