Conflito no leste Europeu deve impulsionar commodities e Energia
Mas, pelo que se pode enxergar no momento, há uma tendência de a inflação global, que já estava alta em razão da pandemia da covid-19, subir ainda mais, em razão da pressão sobre as cotações das commodities, petróleo, gás, grãos, minérios. Isso pode levar os bancos centrais a serem mais duros na retomada de alta de juros e pode gerar recessão mais à frente.
"Nesta primeira foto da situação, vemos como beneficiadas as ações de empresas de commodities e aquelas com reajuste tarifário pela inflação, como setor elétrico. Já varejo, incorporadoras, educação acabam ficando do lado oposto", disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, destacando que ainda faltam dados para se enxergar ao certo os desdobramentos da crise.
Rodrigo Crespi, da Guide Investimentos, acrescenta à lista as empresas que dependem fortemente de derivados de petróleo, como as companhias aéreas, e os frigoríficos, que demandam insumos agrícolas, no caso os grãos, base da ração de aves e suínos. Esses dois grupos podem ver as suas margens se comprimirem com a pressão de custos.
Os bancos também podem sofrer grandes oscilações nos próximos dias, não tanto pelos indicadores internos, mas seguindo movimento de queda dos seus pares internacionais.
O consenso entre todos analistas é que os próximos dias serão de larga volatilidade, principalmente dos papéis das empresas chamadas 'de crescimento', devido à perspectiva de juros mais altos, que afeta diretamente sua avaliação.
De qualquer forma, apesar das incertezas, a recomendação é não realizar movimentos precipitados nas carteiras. "Pensamos que não é a hora de vender a qualquer preço", afirma Lorena Laudares, da Órama Investimentos, defendendo ao mesmo tempo a cautela também para exposição ao risco.
Ela diz que, apesar de as cotações do petróleo e do ouro serem mais sensíveis ao conflito, as bolsas devem sofrer mais, por estarem acima dos seus valuations, o que pode desencadear novas realizações de lucros.
"Já vínhamos apontando para a boa relação risco-retorno da renda fixa. Nesses momentos adversos fica ainda mais evidente a importância da diversificação das carteiras e das proteções", afirma.
Com relação às recomendações de Top Picks para a próxima semana, a Ágora manteve em sua carteira para março apenas Itaúsa PN e Taesa Unit. Foram substituídas Ambev ON, Multiplan ON e Petrobras PN por Lojas Renner ON, Suzano ON e Vibra ON.
A Ativa ficou com Bradesco PN, mas tirou as demais: Cosan ON, Embraer ON, EzTec ON e Santander Unit. Ingressaram: Gerdau PN, Inter Unit, JBS ON e Via ON.
O BB Investimentos trocou quatro empresas: Equatorial Energia ON, JSL ON, Multiplan ON e Rede D'Or ON foram retiradas e entraram no lugar B3 ON, Intelbras ON, Taesa Unit e Vale ON.
Da carteira da Elite saiu apenas Petrobras PN e entrou M. Dias Branco ON. Permaneceram Gerdau PN, Marfrig ON, PetroRio ON e Vale ON. A Guide substituiu três ações. Banco do Brasil ON, Petrorio ON e Vale ON deram lugar a Gerdau PN, Marfrig ON e Petrobras PN. Permaneceram Bradesco PN e Tim ON.
A Mirae manteve Petrobras PN e Vale ON, e trocou Gerdau PN, Randon PN e Santos Brasil ON por CSN Mineração ON, Isa Cteep PN e Taesa Unit.
A ModalMais tirou todas as ações de sua carteira. Saíram Banco do Brasil ON, CCR ON, Cosan ON, Fleury ON e Localiza ON. Entraram B3 ON, Bradesco PN, Minerva ON, Sanepar Unit e Vale ON.
O MyCap fez apenas uma alteração, de ABC Brasil PN por Embraer ON. Permaneceram Petrorio ON, Rumo ON, Telefônica Vivo ON e Vale ON.
A Órama, por outro lado, manteve apenas uma ação, a Taesa Unit, e trocou as demais. Entraram CPFL Energia ON, Intelbras ON, Kepler Weber ON e Telefônica ON no lugar de Blau Farmacêutica ON, Cielo ON, Enauta ON e Porto Seguro ON.
A Planner também fez só uma mudança. Saiu Unifique ON e entrou no lugar Copel PNB. As demais permaneceram: Ferbasa PN, Gerdau PN, JHSF ON e Vale ON.
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