Lucro da Vale tem queda de 24% no 1º trimestre, para R$ 23 bilhões
Já a receita líquida da mineradora somou US$ 10,8 bilhões no período, recuo de 14% na comparação anual, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira, 27. Ganhos menores no início do ano já tinham sido previstos pelos analistas que acompanham a empresa. Oficialmente, a Vale divulga seus dados financeiros em dólar, visto que o faturamento da companhia é majoritariamente na moeda.
O lucro líquido de US$ 4,46 bilhões da Vale no primeiro trimestre ficou 12,19% abaixo da média de US$ 5,08 bilhões apurada pelo Prévias Broadcast, com base nas estimativas de três casas (BTG Pactual, Santander e Inter). O serviço considera que o resultado vem em linha com o esperado quando a variação para cima ou para baixo em relação às expectativas é de até 5%.
O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, admitiu o resultado abaixo do esperado por conta de um contexto mais desafiador. "Aproveitamos os volumes sazonalmente menores para realizar atividades de manutenção que nos levarão a operações mais seguras e produção sólida à frente", afirmou, em documento que acompanha o demonstrativo entregue à Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
No primeiro trimestre do ano o preço do minério de ferro, seu produto carro-chefe, foi negociado pela empresa, na média, por US$ 141,40 a tonelada, ante US$ 107,20 a tonelada no último trimestre do ano passado. No primeiro trimestre do ano passado, contudo, os preços estavam ainda mais elevados, em US$ 157,20 a tonelada.
Efeitos das chuvas
Com os efeitos do clima, a produção de minério de ferro pela Vale no intervalo entre janeiro e março atingiu 63,9 milhões de toneladas, queda de 6% em relação ao igual período do ano passado. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve queda de 22,5% no volume produzido. Esse efeito foi resultado da interrupção de quatro dias da Estrada de Ferro de Carajás, atrasos de licenciamento na Serra Norte e a piora da relação entre estéril e minério no mina S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará.
Com o volume de produção e venda no início do ano, instituições financeiras já começaram a revisar suas estimativas para o ano. O JPMorgan, por exemplo, reduziu a estimativa que tinha para as vendas de minério de ferro da Vale neste ano, de 320 milhões de toneladas para 315 milhões de toneladas. A projeção oficial da Vale, divulgada no fim do ano passado, era de um volume entre 320 milhões de toneladas e 335 milhões de toneladas.
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