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Fiesp prevê queda de 0,5% da produção da indústria brasileira em 2023

Prédio da Fiesp, em São Paulo - Aloisio Maurício/FotoArena/Estadão Conteúdo
Prédio da Fiesp, em São Paulo Imagem: Aloisio Maurício/FotoArena/Estadão Conteúdo

Eduardo Laguna

Em São Paulo

03/02/2023 18h32Atualizada em 03/02/2023 19h30

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) prevê redução de 0,5% da atividade industrial em 2023, quando a economia deve perder tração no Brasil e no restante do mundo com o efeito da das elevações de juros promovidas pelos bancos centrais para derrubar a inflação.

A projeção foi anunciada após o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgar a contração, a sexta em uma década, de 0,7% da indústria nacional em 2022.

O economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, diz que os estímulos fiscais lançados no ano passado, como a ampliação de programas sociais, tiveram efeito limitado diante do ciclo de alta dos juros. "Os efeitos dos estímulos fiscais na atividade se esgotam rapidamente num cenário de juros mais altos", comenta o economista.

Segundo o mapa de calor da Fiesp, onze de 25 atividades da indústria de transformação terminaram o ano passado mostrando perda de tração, entre eles setores como as indústrias têxtil, metalúrgica e de móveis.

Com a tendência de manutenção dos juros altos por período prolongado - talvez até o fim deste ano, segundo previsões de economistas -, a expectativa é que o setor leve mais tempo para retomar o nível de atividade de antes da pandemia.

Rocha cita incertezas sobre a extensão do aperto dos juros nos Estados Unidos, dado o mercado de trabalho ainda aquecido no país, mas a expectativa hoje é de um segundo semestre de melhora nas condições financeiras, que devem ser mais restritivas durante a primeira metade do ano.

O quadro da indústria, diz o economista, pode mudar, revertendo a previsão hoje negativa, se a reforma tributária for aprovada numa versão ampla, animando os empresários a retomar os investimentos.