Em debate no Senado, Campos Neto elogia trabalho e medidas fiscais de Haddad e Tebet
"Temos que reconhecer grande esforço do governo com real possibilidade de estabilizar dívida. Renúncias tributárias alocam recursos na economia de forma ineficiente. Reconheço esforços de Haddad e Tebet, temos conversado muito", disse Campos Neto, completando que o Congresso pode acelerar as medidas apresentadas pela equipe econômica.
O presidente do BC citou os esforços fiscais em meio à sua defesa do tripé macroeconômico, composto por meta de inflação e fiscal, além de câmbio flutuante. "É fundamental harmonia para que tripé macro funcione. Tentativas de reinventar roda não funcionaram, essa é a forma de trabalhar."
Relação entre reformas estruturais e juros
Campos Neto, afirmou ainda que a adoção de reformas estruturais na economia brasileira sempre geraram redução da taxa de juros no Brasil ao longo da história. Após elogiar o esforço dos ministros Haddad e Simone Tebet, nas medidas para estabilizar a dívida pública, ele voltou a lembrar que a adoção do teto de gastos no Brasil gerou uma forte queda dos juros futuros em 2016.
O presidente do BC ainda repetiu que não basta o movimento da taxa Selic, já que as condições de financiamento da economia dependem dos juros de longo prazo, determinados pelo mercado e influenciados pela credibilidade da política monetária. "A Selic por si não significa condições de liquidez, A Selic não faz economia crescer sozinha. A Selic é um farol, os movimentos precisam ter credibilidade. Toda vez que fizemos reformas estruturais a taxa de juros caiu. Com teto de gastos, taxa de juros caiu de 17% para 10%."
Campos Neto também disse que não se deve confundir as causas e os efeitos na avaliação sobre os juros altos e que, no Brasil, a causa é a dívida pública elevada. "Os juros são altos porque a dívida é alta, e não o contrário. O Brasil tem dívida alta por qualquer critério em relação ao mundo emergente."
No debate, o presidente do BC ainda aproveitou para defender o trabalho técnico da autarquia e a autonomia da instituição, cujo trabalho vai continuar depois que ele deixar o cargo, no fim de 2024. "Daqui a 2 anos não estarei mais na cadeira, mas BC continuará com autonomia. Integridade técnica do trabalho feito pelo BC precisa ser respeitada", disse, em meio às críticas do governo.
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