Neurotech: demanda por crédito no País sobe 25% em março ante fevereiro
Além disso, saiu do território contracionista na margem, depois de recuar em dezembro (-17%), janeiro (-5%) e fevereiro (-13%). No confronto de março deste ano com o mês anterior, o indicador que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços teve salto de 25%.
A queda de 6% do INDC no terceiro mês de 2023 ante março do ano passado foi puxada pelo varejo (-25%). Já a demanda por crédito em bancos e financeiras subiu 2% no confronto interanual e cresceu 35% em relação a fevereiro deste ano. O segmento de varejo e de serviços cresceu 8% cada um.
Para Breno Costa, diretor da Neurotech e responsável pelo indicador, apesar de os números de março serem bem melhores do que os meses anteriores, ainda não há muito o que comemorar. Segundo ele, é preciso ponderar a sazonalidade. "Fevereiro é um mês mais curto e, este ano, o carnaval também reduziu a quantidade de dias úteis. Portanto, não é de se estranhar este crescimento que não significa uma reversão de tendência ainda", pondera.
Como o INDC mensura a procura por crédito novo, Costa considera que uma retração não significa que haja uma queda do volume de crédito como um todo, "pois a prioridade dos concessores é a rentabilização dos clientes que já fazem parte da sua carteira. O momento é de mais conservadorismo na aquisição de novos contratantes por conta da conjuntura econômica, marcada por juros e inadimplência elevados", diz.
Em cenário de juros reais elevados, o executivo acrescenta também que a crise no varejo permanece como fator de preocupação. Isso porque o setor tem dificuldade em repassar o custo mais alto do capital aos clientes finais. Além disso, completa, a inadimplência elevada e o comprometimento da renda das famílias prejudicam as vendas e a oferta de crédito novo, impactando a demanda.
Setores
No varejo, o ranking do INDC por segmento em março ante igual mês de 2022 ficou assim: supermercados (-33%); outros (-30%); eletroeletrônicos (-28%); vestuário (-8%); lojas de departamentos (-3%) e móveis (alta de 30%).
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