Fazenda eleva projeção para IPCA de 2023, de 5,31% para 5,58%, e de 2024, de 3,52% para 3,63%
O Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 e 2024.
Segundo a nova grade de parâmetros macroeconômicos da Secretaria de Políticas Econômicos (SPE), divulgada hoje, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 5,31% para 5,58%, conforme já havia sido adiantado ontem no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.
A pasta, porém, destacou que a média dos cinco principais núcleos de inflação deve fechar o ano entre 5,20% e 5,30%. Para 2024, a projeção de IPCA também subiu, de 3,52% para 3,63%.
No documento, a SPE argumenta que a revisão para cima na projeção para a inflação oficial este ano foi motivada, sobretudo, pela mudança na alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes previstos para jogos de azar e plano de saúde.
Esses efeitos, segundo a pasta, foram apenas parcialmente compensados pela redução anunciada para a gasolina, sem resposta à queda nos preços internacionais do petróleo. "O processo de desaceleração da inflação deverá continuar a ser observado para os preços livres, em contraposição à aceleração prevista para os preços de monitorados."
Em relação a 2024, a explicação dada pela SPE para o aumento da projeção foram "mudanças marginais nas estimativas de demanda externa".
No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 5,80% em 2023 e de 4,13% em 2024. Todas as projeções para a inflação em 2023 estão bem acima do teto da meta deste ano, de 4,75%. No caso de 2024, a meta é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (1,50% a 4,50%).
A pasta reconheceu que a meta deve ser descumprida pelo terceiro ano consecutivo em 2023. "Pelo terceiro ano consecutivo, a inflação deverá permanecer acima do intervalo superior da meta. Para 2024, no entanto, a expectativa é que o IPCA retorne para o intervalo proposto, se situando próximo a 3,60%. Nos anos posteriores, a expectativa é de inflação de 3,00% ao ano."
O Ministério da Fazenda também elevou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 5,16% para 5,34%. Para 2024, a projeção foi revisada de 3,30% para 3,34%.
Já a estimativa da Fazenda para a alta do IGP-DI em 2023 foi reduzida de 3,85% para 2,06%. Para o próximo ano, a projeção teve mudança marginal, de 3,80% para 3,78%. As estimativas também já foram utilizadas na confecção do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.
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