Um terço da dívida é atrelado à Selic, que tem impacto inegável nas contas, diz Ceron
Avaliou ainda que, com a expectativa de a inflação encerrar o ano perto de 5%, a taxa de juros real com a Selic a 13,75% é "bem expressiva". No contexto em que o Produto Interno Bruto (PIB) está sendo revisado para cima e inflação para baixo, há espaço para o Banco Central avaliar o processo de relaxamento monetário, importante para retomada de investimentos, financiamento de capital e para a dívida pública, afirmou.
"Na política fiscal é óbvio que desejamos o quanto antes que a taxa de juros real seja a menor possível. É tão impactante quanto o resultado primário", ponderou o secretário.
Ceron defendeu uma avaliação dos impactos da condução da política monetária, porque é importante convergir a inflação para dentro da meta, mas os custos dos juros serão pagos pela sociedade.
Ele lembrou que o processo de relaxamento monetário definirá os rumos da economia para 2024, porque neste ano a previsão é de um crescimento de 2,5% considerando um valor modesto, mas razoável. Lembrou também que esse desempenho está sendo puxado pelo agronegócio, já que indústria tem retração e o consumo das famílias não avançou.
Ceron defendeu a harmonização entre as políticas fiscais e monetária para a condução de uma política econômica consistente. Ele diz que neste semestre não há pressão do fiscal sobre economia, mas a política monetária não é estanque.
Em relação às mudanças na Selic, se ficarão para agosto ou setembro, o secretário disse que não cabe a ele opinar.
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