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Com nova má notícia da Petrobras, BTG vê risco para dividendos e pode cortar preço-alvo

01/02/2016 10h20

SÃO PAULO - A Petrobras (PETR3;PETR4) comunicou na semana passada uma queda de 20% das suas reservas provadas em 2015 , para 13,279 bilhões de barris de óleo equivalente, ante 16,612 bi de boe em 2014, segundo critérios da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis/Society of Petroleum Engineers (ANP/SPE).

Esta é mais uma má notícia para a companhia, apontam os analistas do BTG Pactual Antonio Junqueira, Julia Ozenda e Andres Cardona. "A creditamos que o motivo por trás desse número é a grande queda no preço do petróleo (alguns campos passam a não ser viáveis com o nível de preço atual)", ressaltam. Vale destacar que, em 2009, Brent caiu para  US$ 62 (uma redução de 36%), mas as reservas líquidas única caiu 1%.  Em 2009, o brent caiu para US$ 62 o barril (uma queda de 36%), mas as reservas líquidas única cairam 1%.

"Além da revisão maciça, estamos muito preocupados com a queda das reservas provadas. Comparando com a adição de 16 milhões de barris sob o critério SPE nos últimos dez anos, isso representa apenas 2% da contribuição média anual da última década.  Assim, embora o tempo de vida médio de 14,2 anos de reservas pareça saudável, o  baixo nível de novas descobertas/adições foi uma surpresa negativa", afirmam os analistas.

Dividendos em risco
A enorme diminuição das reservas comprovadas leva os analistas a crerem em um impairment (baixa contábil) relacionada ao corte a ser divulgado no quarto trimestre.  A contabilidade para atingir o tamanho do  impairment é feito usando uma análise de campo-a-campo, mas ainda é difícil saber como  exatamente esses 2 bilhões de barris de óleo equivalentes serão contabilizados na curva da Petrobras.

"Assim, apesar da enorme  diminuição das reservas, somos incapazes de medir o impacto financeiro potencial no  impairment. De acordo com nossas estimativas, a Petrobras precisaria de algo acima de um US$ 2 bilhões de  impairment para relatar uma perda líquida em 2015 e, como resultado, não pagar dividendos (de novo). Embora nós tendamos a acreditar que o comprometimento será relevante, não esperamos que se aumentará ainda mais a diferença entre as ações preferenciais e as ordinárias (as ações  ONs estão sendo negociadas a um prêmio de aproximadamente 40%)".

Os analistas destacam que, se considerada a queda de 20% das reservas provadas , o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da companhia, atualmente em US$ 3,00, poderia ter uma revisão relevante para baixo. Contudo, o BTG destaca esperar os detalhes adicionais do resultado final de 2015, enquanto recomenda evitar exposição no papel.