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FT: se o Oscar fosse na política, Argentina seria "O Regresso"; Brasil seria o "Titanic"

07/03/2016 11h25

SÃO PAULO - "Se o Oscar fosse na política, Argentina teria ganhado pelo O Regresso, e o melhor diretor, Mauricio Macri, iria agradecer ao credor Paul Singer quando recebesse o troféu de melhor diretor". "Se a Argentina, é O Regresso, o Brasil é o Titanic".

Essa "avaliação cinematográfica" - de dois filmes de destaque feitos por Leonardo DiCaprio, finalmente agraciado com o maior prêmio do cinema, no dia 28 de fevereiro - foi feita na última sexta-feira por Jude Webber, do Financial Times, na newsletter semanal do site do jornal britânico chamada Latam Viva, que traz as principais notícias da semana na América Latina.

Webber destaca a condução coercitiva contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar do petista ter avaliado que ainda pode ser candidato à presidência em 2018, a jornalista destaca que agora é difícil que Lula consiga uma reviravolta.

Enquanto isso, na economia real, o dado fechado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2015, divulgado na última quinta-feira - dia em que os olhos do mercado brasileiro se voltaram para a delação de Delcídio do Amaral - mostrou uma contração de 3,8%, fazendo com que a "estrela da América Latina se transformasse num show de horrores" e sem indicações de que haverá melhora neste ano.

Já a Argentina "está de volta", e por isso a referência ao filme que levou Leonardo DiCaprio a ganhar o Oscar de melhor ator. A Argentina aceitou pagar US$ 4,6 bilhões a vários fundos que têm dívida do país e pôs fim a um litígio que começou com o colapso financeiro de 2001, ressaltando que o presidente argentino tem feito um trabalho admirável para combater os problemas econômicos que herdou. Mas ainda há muito a ser feito, afirma o FT, como lidar com o grande déficit fiscal e controlar a inflação de 30% - "situação tão confortável quanto ser atacado por um urso-cinzento no deserto congelado", avalia. 

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