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S&P destaca "janela de oportunidade" com Temer e indica menor risco de novo "downgrade"

03/06/2016 09h55

SÃO PAULO -  A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou em nota na quinta-feira (2) que o fato de o vice-presidente Michel Temer ter se tornado presidente em exercício cria uma "janela de oportunidade" para encerrar um período duradouro de recessão no Brasil.

Na avaliação da agência, Temer tem "um diagnóstico claro dos problemas que o Brasil enfrenta" e também é um articulador político experiente, "provavelmente uma das poucas pessoas no Brasil capazes de obter apoio congressual para as medidas que precisam ser tomadas".

A S&P diz que o diagnóstico e as medidas que Temer tem em mente podem ser inferidos pelo documento do PMDB "Uma ponte para o futuro", publicado em outubro de 2015. As políticas incluem reforma fiscal e também uma reforma mais ampla do papel do Estado na economia. "A ênfase nessas reformas disseminadas está correta, em nossa visão, tanto pela atual estagflação do Brasil e por seu mais secular declínio no crescimento desde o fim dos anos 1970", diz a agência, que vê nesse caso um problema de expansão fiscal e um papel deficiente do governo para impulsionar a capacidade do setor privado, segundo o economista-chefe de América Latina da S&P, Joaquin Cottani. Na avaliação da agência, se metade do que está proposto no documento for alcançado, a economia brasileira pareceria bem melhor do que atualmente.

A agência também destaca positivamente a  habilidade política dos ministros do governo Temer, pois para os técnicos da Standard & Poor's é importante o apoio do Congresso às propostas do presidente em exercício. 

Conforme destaca a LCA Consultores, a nota da S&P é importante, pois diminui o risco de novo rebaixamento de nosso rating nesse momento, no qual o governo foi obrigado a elevar sua meta de déficit primário para este ano. A S&P possui rating BB para o Brasil, com perspectiva negativa. "De fato, o mercado atribuiu uma probabilidade relevante para um novo rebaixamento, pois nossa CDS no patamar de 350 pontos está bem acima da média dos prêmios de risco atribuídos a países com classificação semelhante à brasileira", afirma a LCA Consultores. 

(Com Agência Estado)