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Ibovespa cai com receio de CPMF; cautela no exterior com impeachment de Trump

19/12/2019 10h44

Após ultrapassar o patamar dos 114 mil pontos e fechar em nova máxima histórica, os investidores realizam lucros e levam o Ibovespa a operar em uma baixa de 0,46% a 113.792 pontos às 10h37. Contribui para a queda a possibilidade de retorno da CPMF. Já o dólar recua em relação ao real, movimento que ocorre com outras moedas pelo mundo. A moeda americana cai 0,13% e é negociada a R$ 4,0578.

A proximidade das Festas de Fim de Ano diminui o volume de negócios, embora as notícias corporativas ainda estejam movimentadas no penúltimo dia da última semana útil de 2019. "Com a proximidade do final de ano, o mercado acionário costuma perder força e é isto que estamos observando na abertura dos negócios nesta manhã de quinta-feira", diz a Mirae Asset em relatório enviado a clientes. Até o momento, o volume de negócios no Ibovespa foi de R$ 930,5 milhões.

CPMF

A agência notícias Bloomberg informou que porta-voz da Presidência afirmou novamente que o presidente Jair Bolsonaro pode avaliar o retorno da CPMF. É o retorno da informação que derrubou o principal índice acionário brasileiro na segunda-feira (16), depois desmentida pela própria Presidência da República.

Ontem o ministro da Economia Paulo Guedes negou o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que incidia sobre transações financeiras para financiar a saúde. Mas confirmou que a equipe econômica estuda a criação de um imposto sobre transações para financiar a desoneração da folha de pagamento, que incidiria sobre transações digitais.

"A ideia de tributar não apenas o consumo e a renda [como ocorre hoje], mas também as transações, foi considerada desde o início. As transações digitais estão crescendo. O brasileiro poderá fazer pagamentos daqui a um ano com celular encostando um aparelho em outro. Então, a transação digital precisa ter algum imposto", declarou o ministro em entrevista coletiva para apresentar o balanço de fim de ano da pasta.

Impeachment de Trump

Com a ausência de novidades sobre a negociação comercial entre EUA e China, um dos principais assuntos do dia é a aprovação do impeachment do presidente dos EUA Donald Trump na noite de quarta-feira pela Câmara dos Representantes, de maioria Democrata. "Agora, o processo irá ao Senado, que não deve ser aprovado", avalia a XP Investimentos, destacando a maioria Republicana no Senado e a forte rejeição do impeachment entre os simpatizantes do partido. "Apenas fatos novos que mudassem esses números poderiam alterar o resultado no Senado", analisam os analistas da corretora.

Os índices futuros em Nova York operam em baixa. Dow Jones futuro cai 0,01%, S&P 500 futuro cede 0,11% e Nasdaq futuro retrai 0,07%.

Política monetária

A manhã desta quinta-feira foi marcada por decisões de política monetária de alguns importantes Bancos Centrais pelo mundo. As duas principais autoridades monetárias a se reunir hoje foram o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão, que mantiveram inalteradas as suas taxas de juros, respectivamente em 0,75% e -0,10%.

Diferentemente dos dirigentes japoneses, o colegiado do Banco Central da Suécia – o Riksbank – retirou a taxa básica de juros negativa e a retornou para a neutralidade, de -0,25% para 0%. banco temia que taxas excessivamente baixas estivessem alimentando uma bolha imobiliária e o endividamento das famílias e, assim, segue a Noruega elevando as taxas este ano.

Os dois países são poucos que iniciaram um aperto monetária ainda em 2019. A prática mais comum é a manutenção, como foram os casos de Banco da Inglaterra e Banco do Japão hoje e do Fed e do BCE na semana passada, ou de prosseguimento da flexibilização monetária, como foram as decisões de Brasil, Turquia, Rússia e Índia na semana passada e deve ser o caso mexicano hoje.

Relatório Trimestral de Inflação

O Banco Central do Brasil divulgou o Relatório Trimestral de Inflação nesta manhã, com novas informações e avaliações sobre o comportamento da economia brasileira que devem balizar os próximos passos da política monetária. A autoridade monetária melhorou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil a 2,2% em 2020, frente ao patamar de 1,8% estimado em setembro, devido à melhor perspectiva para o PIB neste ano, além de previsão de ritmo de crescimento ao longo do ano "ligeiramente superior" à considerada no relatório anterior. Para este ano, o BC também elevou a estimativa de avanço da economia de 0,9% para 1,2%.

Sobre os juros básicos, o BC também reiterou mensagem de que, após o corte da Selic à nova mínima histórica de 4,5% ao ano, "o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária". "O Comitê (de Política Monetária) enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", reforçou.

Além disso, o BC prevê que o estoque total de crédito crescerá 8,1% em 2020 no país, após uma alta estimada em 6,9% para 2019. As projeções de antes, divulgadas em setembro, apontavam para um crescimento mais baixo do estoque de crédito este ano, de 5,7%, e no mesmo patamar visto agora para 2020, de 8,1%. Segundo o BC, os empréstimos para pessoas físicas financiados com recursos livres continuam sendo o principal vetor de crescimento do crédito no país.

Em relação ao setor externo, o Banco Central piorou sua projeção para o déficit em transações correntes neste ano a 51,1 bilhões de dólares, sobre os 36,3 bilhões de dólares estimados em setembro, e para 2020 a 57,7 bilhões de dólares, frente à leitura anterior de 38,9 bilhões de dólares.

Após ensaiar uma alta após a divulgação do relatório, os juros futuros operam estáveis nesta quinta-feira. O contrato que vence em abril de 2020 tem perda de 1 ponto-base para 4,345, enquanto o de vencimento em janeiro de 2021 cai 4 pontos-base para 4,59%.

- Petrobras (SA:PETR4)

As ações da Petrobras (SA:PETR4) com valorização 0,39% a R$ 30,66 nos papéis preferenciais, enquanto os ordinários tem baixa de 0,12% a R$ 32,31. O noticiário corporativo da estatal foi movimentado desde a tarde de quarta-feira.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, o conselho de administração da Petrobras (SA:PETR4) solicitou um levantamento de alternativas para a área do Comperj, em Itaboraí (RJ), após aprovar o cancelamento de projeto com a chinesa CNPC. Ambas as empresas concluíram após estudos que a finalização da construção de refinaria no local não apresenta atratividade econômica, disse o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, na semana passada.

Houve também a informação de que a petrolífera aderiu a programas tributários dos Estados de Amazonas, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe e deve reduzir em cerca de 70% um total de débitos de 3,6 bilhões de reais. Os débitos tributários são relativos principalmente à apropriação de créditos de ICMS sobre aquisição de mercadorias (produtos em geral) e à cobrança de ICMS nas vendas interestaduais de gás natural, explicou a empresa.

Além disso, o conselho aprovou nesta quarta-feira a distribuição de remuneração antecipada aos acionistas via Juros Sobre o Capital Próprio (JCP), com valor bruto de aproximadamente 2,35 bilhões de reais, informou a empresa em fato relevante. O pagamento, cujo montante corresponde a 0,42 real por ação preferencial, será realizado em 7 de fevereiro de 2020, disse a estatal, acrescentando que o valor antecipado será descontado dos dividendos mínimos obrigatórios.

Por fim, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve definir até semana que vem o banco que ajudará no processo de venda do lote de ações da Petrobras (SA:PETR4) detidas pela instituição por meio da BNDESPar.

Lojas Renner (SA:LREN3)

As Lojas Renner (SA:LREN3) anunciaram ontem que pagarão juros sobre o capital próprio no volume total de R$ 61,34 milhões aos acionistas. A empresa entregará o valor bruto de R$ 0,077278 por ação. Descontado o imposto de 15%, o provento será de R$ 0,0656863. O yield da operação é de 0,14%.

As ações da varejista de moda rápida operam com leve alta de 0,02% a R$ 55,11.

Eneva (SA:ENEV3)

Os papéis da empresa sobem 0,85% a R$ 41,40. companhia apresentou ontem à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a declaração de comercialidade da acumulação Araguaína, na Bacia do Parnaíba, segundo fato relevante divulgado nesta quarta-feira. De acordo com a Eneva (SA:ENEV3), a estimativa de gás no local ("gas-in-place") é de 3,04 bilhões de metros cúbicos. A empresa pediu à ANP que a acumulação receba o nome de Campo Gavião Carijó, sendo este o nono campo declarado comercial pela companhia. A Eneva possui 180 dias para apresentar o plano de desenvolvimento da área à agência reguladora.

BTG (SA:BPAC11)

O BTG Pactual (SA:BPAC11) afirmou ter recebido nesta quarta-feira aprovação do Banco Central para o ingresso do André Esteves no grupo de controle da companhia, o que deve marcar a volta de um dos principais sócios e fundadores do grupo. Em comunicado, o BTG afirmou que agora resta pendente apenas a conclusão da análise pelas autoridades regulatórias competentes no exterior.

As ações do banco operam em baixa de 1,13% a R$ 74,42.

Wiz (SA:WIZS3)

A corretora de seguros Wiz (SA:WIZS3) fechou na quarta-feira acordo para comprar o controle da Barigui Corretora de Seguros Ltda, segundo fato relevante. No acordo com Ivo Luiz Roveda, Antonio Bordin Neto, Claudia Bordin Roveda, Carla Bordin, Angela Zagonel Neto, Saur Salum Filho e Carlos Alexandre Kalache Mora, a Wiz se comprometeu a adquirir 76% do capital social, pagando à vista, na data do fechamento da aquisição, uma primeira parcela de 7 milhões de reais e outra variável até 5 de maio de 2021.

Os papéis da companhia operam em alta de 1,49% a R$ 14,28.