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Programas assistenciais representam 28% da renda dos mais pobres, diz IBGE

Carlos Iavelberg

Da Redação, em São Paulo

17/09/2010 10h00

Os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família do governo federal, já representam 28% do rendimento das famílias mais pobres brasileiras, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2009, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, o rendimento proveniente do trabalho (ou seja, o salário) representava 66,2% do orçamento dos lares brasileiros entre as famílias mais pobres, que possuem renda per capita de até ¼ de salário mínimo. Por sua vez, aposentadoria e pensão representam 5,8%.

Nesse mesmo grupo, 28% do rendimento foi classificado como “outras fontes”, o segundo mais importante na composição da renda. Na média nacional, esse índice é de 5%.

Como “outras fontes”, o IBGE inclui, além dos programas de transferências de renda municipais, estaduais e federais, rendimentos provenientes de alugueis, aplicações e até adoções.

Em 1999, as “outras fontes” representavam apenas 4,4% da renda das famílias mais pobres. O IBGE atribui esse aumento do peso das “outras fontes” na renda (de 4,4% para 28%) à “expansão recente de programas de transferência de renda focalizados na população mais pobre, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, entre outros de âmbitos estadual e municipal”.

Nas famílias em que a renda per capital varia de ¼ a ½ salário mínimo, a segunda faixa mais pobre, a renda proveniente de “outras fontes” é a que possui o menor peso no orçamento (10,7%). Em primeiro lugar vem trabalho (75,2%) seguido por aposentadoria e pensão (14%).

Na média nacional, o trabalho representa 76,2% do rendimento familiar, aposentadoria e pensão, 18,8%, e outras fontes, 5%.