Pequenas vinícolas se associam para competir com grandes e exportar
Para ganhar força e visibilidade no mercado, produtores de uvas e vinhos de São Joaquim (SC) aproveitaram o relevo e a vocação vinícola da região, que fica a mais de mil metros acima do nível do mar, para criar a Acavitis (Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude).
"Uma empresa sozinha, com esforço dobrado, pode chegar ao sucesso, mas o esforço coletivo facilita o resultado”, diz Leônidas Corrêa Ferraz, 56, o diretor-presidente da Acavitis. “Se fôssemos uma cooperativa, por exemplo, seríamos uma empresa só. A região perderia forças."
A associação, nascida em 2006 com dez produtores, padronizou etapas do plantio e da produção para dar ao produto feito na região um selo exclusivo de qualidade. Hoje, são 30 associados e alguns vinhos já são exportados para os Estados Unidos e Europa.
Além de São Joaquim, a Acavitis concentra vinícolas de Campos Novos e Caçador, ambas em áreas de serra catarinense. As marcas mais antigas da associação estão no mercado desde 1999, ainda jovens se comparadas aos grandes produtores do Rio Grande do Sul.
Padronização de processos manteve identidade das marcas
Ferraz afirma que algumas normas técnicas precisam ser respeitadas pelos associados para obter o selo. Não é permitido, por exemplo, acrescentar açúcar à bebida, pois o teor alcoólico é dado pelo açúcar contido na própria uva.
Mesmo com processos padronizados, Ferraz diz que é preservada a individualidade de cada marca. “Um mesmo tipo de uva pode fazer vinhos diferentes, com a fermentação mais rápida ou mais lenta ou com mais tempo de garrafa. Normatizar o plantio e a produção eleva a qualidade do produto e abre brechas no mercado” diz ele, que também é proprietário da vinícola Vinhedos do Monte Agudo.
Vinícolas também apostam no turismo
Devido à altitude, as temperaturas da região geralmente são mais quentes durante o dia e muito baixas durante à noite, mesmo no verão. Por conta disso, a uva adquire características próprias que as diferenciam das demais produzidas em regiões mais próximas do nível do mar.
Esta peculiaridade abriu portas para uma segundo negócio nas vinícolas: o enoturismo. Alguns produtores já criaram roteiros turísticos dentro de suas propriedades que incluem passeios, café da manhã, instruções sobre a produção do vinho e degustação.
De acordo com o diretor-presidente da Acavitis, além de gerar lucro para os produtores de vinho, o turismo também movimenta toda a economia local, como hospedagens, artesanato e restaurantes.
“É um grupo de fatores que leva uma região a ser respeitada. É essa visão de conjunto que a associação buscou desde o começo. Nossa região tem potencial e, se fosse um produtor só, não seria um polo vitivinícola, seria um acaso”, diz.
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