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Veja 14 jogos que ajudam a desenvolver perfil empreendedor

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

20/07/2012 06h00

Divertir e entreter não são os únicos benefícios de alguns games online e jogos de tabuleiro. Empreendedores podem aproveitar o ambiente lúdico para simular situações gerenciais e desenvolver habilidades estratégicas, de planejamento, liderança, negociação, tomada de decisões e correr riscos calculados.

Nos tabuleiros, alguns jogos simulam verdadeiros mercados, como "Cuba", “Puerto Rico” e “Settlers of Catan”. E os clássicos “Monopoly” (Banco Imobiliário) e “War” testam a capacidade de expandir domínios.

E, nos computadores, existem os chamados “serious games” (jogos sérios), feitos especificamente para trabalhar habilidades em seus jogadores. “Tycoon City: New York” é um exemplo. Agindo como um empreendedor, o objetivo é construir negócios e fazer com que eles prosperem na ilha de Manhattan.

Também os famosos games de estratégia, RPG -- formato em que os jogadores equipam seus personagens com magias, equipamentos e armas antes da partida – e simuladores, como “The Sims” e “SimCity”, podem ser bons exercícios para quem pretende comandar uma empresa (veja mais detalhes nas imagens abaixo).

Segundo a gerente-adjunta de capacitação empresarial do Sebrae Nacional, Olívia Castro, nos jogos, o empreendedor tem a possibilidade de vivenciar diferentes aspectos de uma empresa sem correr os riscos que existem no mercado real.

“Ele experimenta situações reais em um ambiente controlado e simula as decisões, sem o risco das consequências. Pode-se imaginar todos os caminhos possíveis, antes de trilhá-lo”, afirma.

Games de RPG desenvolvem tomada de decisão

Para o coordenador do curso de jogos digitais da Fatec (Faculdade Técnica) de Carapicuíba (SP), Álvaro Gabriele, a maioria dos games não é criada para “ensinar lições”, mas existem recursos dentro deles que, se aproveitados adequadamente, podem ajudar na gestão de um negócio.

Em um jogo de RPG, por exemplo, a tomada de decisão é muito importante. Uma opção feita logo no início acompanhará o jogador durante todo seu percurso. “Quem tiver capacidade de levar esse engajamento para fora [do jogo], tem boas chances de ser um líder”, diz.

É comum que jogos de RPG tenham versões online, o que possibilita uma interação maior e a formação de grupos, liderados por jogadores com mais experiência.

“Nos games de RPG, há um convívio social e as atitudes individuais influenciam todo o grupo. Nos games de estratégia, há um controle maior sobre o grupo de personagens, eles são gerenciáveis”, afirma o coordenador de jogos digitais da Fatec.

Jogos de tabuleiro vão além da sorte

Ao contrário do que alguns acreditam, o fator sorte não é o mais importante nos jogos de tabuleiro. Há casos em que este fator representa apenas 5% das chances de vitória, enquanto os outros 95% são determinadas pela estratégia, de acordo com Danilo Saraiva Bonamin, gerente de jogos da Ludus, bar paulistano onde os clientes podem jogar games de tabuleiro.

“Cuba” e “Puerto Rico” são bons exemplos. O jogador precisa explorar os recursos de sua ilha e negociá-los na cidade, um mercado onde funcionam as leis de oferta e demanda e fluxo de estoque. A dinâmica entre eles é parecida e a maior diferença é que o tabuleiro de cada um representa o país que leva o nome do jogo.

“Nestes jogos é preciso enxergar as oportunidades e saber escolher as coisas na hora certa. O estoque não pode ficar parado por muito tempo, senão estraga”, declara Bonamim.

Seguindo uma linha semelhante, “Settlers of Catan” é um excelente exercício de negociação. Os jogadores exploram recursos dentro uma ilha e precisam trocar mercadorias entre si para fazê-la prosperar.

“A maioria dos jogos de tabuleiro tem versões online, mas perde na negociação. Sem ver o adversário, é difícil sentir a dúvida dele e o que ele precisa. É como um jogo de pôquer”, diz o gerente de jogos da Ludus.