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Financial Times volta a criticar Mantega e ataca "jeitinho brasileiro" na economia

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/01/2013 13h08

O jornal britânico Financial Times voltou a criticar a condução da política econômica no Brasil pelo Banco Central e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificando-a como uma demonstração do "jeitinho brasileiro".

As críticas se concentram em Mantega (que já foi satirizado pela publicação no ano passado) e no presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que foram chamados pela publicação de "profissionais do jeitinho".

A autora do post no blog Beyond Brics, Samantha Pearson, cita um artigo da agência de notícias Bloomberg para demonstrar que a diferença crescente entre a taxa básica de juros, a Selic, e a taxa cobrada em empréstimos entre bancos, a DI, é o "jeitinho" que o Banco Central encontrou para "pulverizar a economia sem ter de fazer o 11º corte na taxa [Selic] desde 2011".

Pearson fala também sobre o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que afirmou em entrevista que o ministro Guido Mantega havia pedido o "congelamento" do aumento nas tarifas de ônibus de São Paulo em janeiro, para ajudar a segurar a inflação do país.

O texto destaca ainda a manobra do governo federal para cumpir as metas de superavit em 2012 - isso inclui, conforme destacado na reportagem, descontar mais de R$ 40,5 bilhões de investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), antecipar R$ 20,6 bilhões em pagamentos de dividendos de bancos estatais, e sacar R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano.

O último parágrafo escrito por Samantha Pearson lembra que as manobras citadas não violam nenhuma legislação, e que o Brasil não é o único país a adotar este tipo de medida.

O "elfo vidente"

Perto do Natal, o mesmo blog Beyond Brics já havia satirizado a condução da política econômica brasileira. Em um conto, a presidente Dilma Rousseff foi caracterizada como uma rena de nariz vermelho, e Guido Mantega como um "elfo vidente".

No início de dezembro, a revista "The Economist" chegou a sugerir a demissão do ministro da Fazenda devido ao fraco crescimento do PIB no terceiro trimestre. Na ocasião, Dilma Rousseff saiu em defesa de Mantega.