OGX é investigada pela CVM; Eike pode colocar até US$ 1 bi na empresa
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando a petrolífera OGX (OGXP3), do bilionário Eike Batista, para verificar se houve falhas na divulgação de informações sobre as reservas de petróleo da companhia, afirmou nesta quarta-feira (3) o presidente da autarquia, Leonardo Pereira. A CVM é um órgão do governo que regula e fiscaliza o mercado de títulos financeiros.
Segundo ele, o papel da CVM é investigar se empresas divulgam informações verdadeiras e se deixam claro como os dados evoluem, e com a OGX não será diferente. "Quando o investidor fica desprotegido é uma falta grave", disse.
Caso seja constatada alguma infração, a CVM poderá de multa a suspensão da empresa.
US$ 1 bilhão
Em um comunicado enviado ao mercado, a OGX afirma que terá recursos para honrar seus compromissos no médio prazo. A empresa afirmou ainda que, na medida em que seja necessário, Eike Batista pode injetar até US$ 1 bilhão para honrar os compromissos futuros.
"A companhia acredita que não obstante o desembolso atual, a perspectiva do recebimento do valor devido pela cessão de uma participação de 40% nos Blocos BM-C-39 e BM-C-40 tem condições de assegurar recursos necessários para que possa honrar com os seus compromissos de médio prazo", disse em nota, após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Crise de confiança
Na segunda-feira (1º) a empresa anunciou a redução nos planos de desenvolvimento da produção. Segundo a petroleira, os três poços no campo de Tubarão Azul podem cessar a produção em 2014, devido à falta de tecnologia disponível.
Com isso, as principais agências de risco do mundo rebaixaram a nota da petrolífera para níveis próximos ao de empresas em situação de calote.
As decisões ocorrem num momento em que as empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. As ações da empresa desabaram 20% em apenas um dia.
A empresa de gestão de risco Kamakura listou a OGX a terceira empresa do mundo com maiores ameaças de calote aos credores. Vários bancos também reduziram sua expectativa de preço para a ação da OGX --o Deutsche Bank estimou que o papel vai valer R$ 0,10 no prazo de um ano.
(Com Reuters)
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