Eike Batista culpa executivos da OGX e má sorte por colapso
O empresário Eike Batista concedeu ao The Wall Street Journal sua primeira entrevista desde o início da crise que abalou seu império. No texto publicado nesta segunda-feira (16), Eike criticou executivos da petroleira OGX, que ele costumava chamar de 'dream team': "Eu sou dono de um grande grupo e sozinho, eu não faço nada".
Ele disse, ainda, que os investidores saíram do negócio precocemente, e que simplesmente não teve sorte. "Eu sou o maior perdedor nisso tudo. Eu tentei criar riqueza para todos nós", afirmou Eike ao jornal norte-americano.
Segundo o WSJ, Eike diz que se sente à vontade para culpar os gestores da OGX, já que, como um executivo do setor de mineração, ele não tinha conhecimento da indústria de petróleo para questionar os relatórios que eles apresentavam.
“Sou dono de um grande grupo. Eu sozinho não posso fazer isso. Eu poderia ser o dono de um hospital, mas sem 50 cirurgiões das suas respectivas áreas, você não é nada. Não tenho o conhecimento específico. Você não pediria ao dono de um hospital para operar seu rim”, afirmou.
Ao longo da entrevista, Eike citou várias vezes o empreendedor norte-americano Elon Musk, fundador da empresa de pagamentos Pay Pal, da companhia de viagens espaciais SpaceX e da fabricante de carros elétricos Tesla Motors.
Musk foi desacreditado por investidores, mas depois provou que os investidores estavam errados. Eike disse acreditar que vai ter o mesmo triunfo quando seus empreendimentos estiverem rentáveis.
"Musk disse que começar uma empresa é como comer vidro. Eu estou comendo vidro", afirmou.
Supersticioso
A reportagem ainda cita a superstição do empresário. “Se você olhar para o meu mapa astral, esse período não foi favorável para mim. A boa fase? Ela já começou, literalmente, este mês”, disse Eike.
O empresário tem conseguido vender partes de empresas do grupo EBX, em uma série de negociações nas últimas semanas. Em julho, o controle da geradora de energia MPX foi transferido para a empresa alemã E.ON.
Em agosto, a EIG Management se comprometeu a injetar até US$ 560 milhões pela participação majoritária na empresa de logística LLX. Na semana passada, a mineradora MMX vendeu o Porto Sudeste para a Trafigura e o Mubadala, em um negócio de US$ 400 milhões.
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