Greve de bancários fecha 10 mil agências e para call centers, diz sindicato
A greve dos bancários pelo país entrou em seu sétimo dia, e deixou fechadas 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, em 26 Estados e no Distrito Federal, segundo estimativa da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Trabalhadores de atendimento por telefone também teriam aderido à paralisação, segundo a entidade.
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A greve começou na quinta-feira (19), com 6.145 agências fechadas.
Os balanços são feito pelas Contraf-CUT com base nos dados enviados pelos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 490 mil bancários do país.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não se pronuncia sobre o número de agências fechadas ou trabalhadores parados.
A paralisação foi decidida na semana retrasada, e ocorre por tempo indeterminado.
O Comando Nacional se reúne na tarde desta quinta-feira (26), em São Paulo, para avaliar a primeira semana de greve e definir os próximos passos.
Os bancários reivindicam 11,93% de reajuste salarial (5% de aumento real), piso salarial para a categoria bancária referente ao valor calculado pelo Dieese (acima de R$ 2.000) e o fim das demissões no setor, além de melhores condições de trabalho.
Fenaban lamenta greve
Em nota, a Fenaban afirma que "lamenta essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente".
Os bancos disseram ainda que "respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários"
Bancos querem dar reajuste de 6,1%
De acordo com a confederação, a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi o ajuste de 6,1% sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.).
Também propõe participação nos lucros e resultados (PLR) de 90%, mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado). Também foi proposta uma parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Principais reivindicações dos bancários:
- Reajuste salarial de 11,93%
- PLR: três salários mais R$ 5.553,15
- Piso: salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: salário mínimo nacional (R$ 678)
- Emprego: fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
- Fim das metas abusivas e assédio moral: a categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
- Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
- Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes
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