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Greve de bancários fecha 10 mil agências e para call centers, diz sindicato

Do UOL, em São Paulo

25/09/2013 19h05Atualizada em 25/09/2013 19h05

A greve dos bancários pelo país entrou em seu sétimo dia, e deixou fechadas 10.024 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, em 26 Estados e no Distrito Federal, segundo estimativa da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Trabalhadores de atendimento por telefone também teriam aderido à paralisação, segundo a entidade.

A greve começou na quinta-feira (19), com 6.145 agências fechadas. 

Os balanços são feito pelas Contraf-CUT com base nos dados enviados pelos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 490 mil bancários do país.

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não se pronuncia sobre o número de agências fechadas ou trabalhadores parados.

A paralisação foi decidida na semana retrasada, e ocorre por tempo indeterminado. 

O Comando Nacional se reúne na tarde desta quinta-feira (26), em São Paulo, para avaliar a primeira semana de greve e definir os próximos passos.

Os bancários reivindicam 11,93% de reajuste salarial (5% de aumento real), piso salarial para a categoria bancária referente ao valor calculado pelo Dieese (acima de R$ 2.000) e o fim das demissões no setor, além de melhores condições de trabalho.  

Fenaban lamenta greve

Em nota, a Fenaban afirma que "lamenta essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente".

Os bancos disseram ainda que "respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários"

Bancos querem dar reajuste de 6,1%

De acordo com a confederação, a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi o ajuste de 6,1% sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.).

Também propõe participação nos lucros e resultados (PLR) de 90%, mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado). Também foi proposta uma parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Principais reivindicações dos bancários:

  • Reajuste salarial de 11,93%
  • PLR: três salários mais R$ 5.553,15
  • Piso: salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
  • Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: salário mínimo nacional (R$ 678)
  • Emprego: fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
  • Fim das metas abusivas e assédio moral: a categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
  • Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
  • Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes