TIM 'não é linguiça para ser fatiada', diz vice-presidente
A TIM "não é linguiça para ser fatiada", disse o vice-presidente de assuntos institucionais da TIM Brasil, Mario Girasole. Ele referia-se à possibilidade levantada por analistas de mercado de dividir a TIM em três partes, uma para cada rival da operadora (Vivo, Claro e Oi), como forma de driblar as limitações regulatórias e antitruste no Brasil e fortalecer o caixa das empresas.
Na terça-feira (24), a Telefónica, dona da Vivo no Brasil, anunciou que negocia o controle da Telecom Italia, dona da TIM no país. O anúncio fez surgir rumores no mercado sobre uma possível venda da TIM Participações no Brasil.
A venda de parte ou de toda a operação da TIM no Brasil é vista por analistas como uma das soluções possíveis para reduzir uma dívida de aproximadamente 50 bilhões de euros da Telefónica.
Segundo Girasole, o acordo anunciado ontem pela Telefónica e seus sócios na Telco -o consórcio que controla a Telecom Italia- não significou mudança nenhuma para a operadora.
"Continuamos sendo a TIM e é preciso muito cuidado antes de especular sobre o futuro de uma empresa que tem uma atuação sólida no mercado brasileiro", afirmou.
Mais cedo, o presidente da Telecom Italia, Franco Bernabe, disse que descarta a possibilidade de vender as participações da companhia telefônica italiana no Brasil e na Argentina por considerar que isso representaria uma queda em suas perspectivas de crescimento.
Entrada da Telefónica na Telecom Italia foi aprovada em 2007
Conforme Girasole, o acordo assinado em 2007, quando a Telefónica entrou no capital da Telecom Italia, tem 13 mil folhas e recebeu 885 modificações. "Os reguladores brasileiros estão bastante preparados para analisar o caso", disse.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, evitou comentar desdobramentos da operação no mercado brasileiro.
"A Telefônica tem 30 dias, a partir do fato relevante publicado ontem, para apresentar um novo acordo de acionistas para a agência", disse Rezende. "Todo o resto [que se comenta] é especulação", afirmou.
(Com Valor)
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