Inspirada em imóveis de Tóquio, construtora lança apartamento de 19m² em SP
A construtora Vitacon vai lançar, nas próximas semanas, um prédio com apartamentos de 19m² de área útil. Nos últimos anos, a empresa tem se especializado na construção do que chama de "imóveis compactos", espécies de quitinetes, que têm se tornado tendência no mercado paulistano.
O projeto de arquitetura e design do empreendimento VN Quatá, localizado na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo, foi desenvolvido pelo escritório Basiches Arquitetos.
O metro quadrado dos imóveis do edifício deve ser vendido a partir de R$ 14 mil, o que resultaria num preço final de R$ 266 mil para o apartamento de 19m². Imóveis de 23m² de área, com terraço, também fazem parte do projeto.
"Estamos acostumados a fazer imóveis com 30m², mas esse projeto foi um desafio para nós", diz o diretor do escritório, José Ricardo Basiches.
Segundo ele, a inspiração veio de quartos de hotéis e dos apartamentos de Tóquio, no Japão. "São lugares pequenos e bem aproveitados", afirma.
Público-alvo são estudantes e executivos
Os apartamentos têm espaço para uma cama de casal, um pequeno armário, bancada (onde são acoplados os eletrodomésticos), pia e duas cabines de banheiro (uma para chuveiro e outra para o vaso sanitário).
"Acreditamos que as pessoas vão morar de forma cada vez mais compacta. Hoje, os consumidores, principalmente os jovens, querem mais mobilidade e praticidade, em vez de grandes áreas e apartamentos", afirma o dono da construtora, Alexandre Lafer Frankel.
"Como na região existem muitas universidades, nossa proposta é, além de atender executivos, vender para estudantes."
Para Frankel, os consumidores brasileiros vão aderir, mais cedo ou mais tarde, a um conceito de vida "mais simples, com menos coisas e menos custos".
"Mesmo num espaço de 19m² é possível ter a mesma coisa que num apartamento de 50m². Para isso, é preciso apenas ter móveis inteligentes e espaços bem utilizados. Isso vai provocar uma mudança na vida das pessoas de forma avassaladora", diz.
Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) mostram que, nos últimos anos, os paulistanos estão morando em imóveis menores e mais caros. Em cinco anos, o tamanho médio dos lançamentos na cidade caiu 28,4%, enquanto o preço subiu 124% no mesmo período, segundo a entidade.
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