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Operação conjunta apura fraudes financeiras da Telexfree no ES

Do UOL, em São Paulo

24/07/2014 14h25Atualizada em 24/07/2014 17h10

Uma operação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal foi deflagrada nesta quarta-feira (24) para investigar fraudes envolvendo a prática de pirâmide financeira promovida pela Ympactus Comercial, que representa a Telexfree no Brasil.

Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na região metropolitana de Vitória (ES), em endereços ligados à Ympactus e seus sócios.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, que também determinou medidas cautelares alternativas à prisão aos sócios da empresa, como proibição de se ausentarem do país e comparecimento mensal à Justiça Federal. 

Também foi determinado o sequestro de bens imóveis, o bloqueio de contas bancárias e a suspensão de atividades econômicas da Telexfree no Brasil.

Outro lado

Procurado pela reportagem do UOL, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa a empresa, afirmou que a Ympactus considera a operação desnecessária, e que a investigação deveria ser mais rápida e centralizada.

"Para nós, é um desgaste desnecessário fazer uma operação de busca e apreensão a essa altura. A empresa está sem funcionar há mais de um ano por determinação da Justiça. Só está funcionando com a mínima estrutura possível para poder entrar com um processo de recuperação judicial", afirmou o advogado.

"Estou indo amanhã ao Espírito Santo para pedir ao Ministério Público que agilize a investigação. Não pode paralisar o processo, tornar os bens indisponíveis, deixando as pessoas que têm direito a receber alguma coisa da empresa sem o pagamento devido", acrescentou.

"Não temos preocupação com essa operação. Os empresários querem contribuir com a investigação, eles são pessoas conhecidas. O problema é essa pulverização, são muitos processos sobre os mesmos fatos em diversas instâncias".

A operação

De acordo com a Polícia Federal, a Operação contou com 50 policiais federais e 18 auditores da Receita Federal. A Justiça Federal autorizou ainda a participação de auditores fiscais da Receita Federal na fase ostensiva da operação.

A operação foi batizada de "Órion", em referência às pirâmides do Egito, que foram construídas de forma a estarem perfeitamente alinhadas a esta constelação.

A formação de pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso.

Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.

Entenda o caso

A Telexfree vende planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP) e é acusada nos EUA de praticar pirâmide financeira. A empresa também é investigada no Brasil e está proibida de operar desde junho do ano passado.

A empresa entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata) dois dias antes da acusação de formação de pirâmide. Seus bens foram congelados nos Estados Unidos e a empresa foi impedida de operar.

A formação de pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.

A empresa nega qualquer irregularidade em suas operações.