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BC europeu anuncia programa de estímulo de 60 bi de euros por mês; entenda

Do UOL, em São Paulo

22/01/2015 12h32Atualizada em 22/01/2015 15h56

O BCE (Banco Central Europeu) anunciou nesta quinta-feira (22) um pacote de estímulos de 60 bilhões de euros (cerca de R$ 175 bilhões) por mês. O objetivo é tentar combater a deflação (inflação negativa, por poucas vendas no comércio) na zona do euro e injetar dinheiro na economia da região.

O programa vai começar em março e deve se estender, a princípio, até o final de setembro de 2016, totalizando mais de 1 trilhão de euros em estímulos. Ele vai abarcar outros programas já existentes de compras de títulos.

Com isso, vai acontecer na Europa o mesmo que aconteceu nos Estados Unidos do final de 2008 até outubro do ano passado. O banco central vai comprar títulos de dívida públicos e privados que estão nas mãos de investidores privados ou de bancos.

Desse modo, o BCE coloca dinheiro no bolso desses investidores e bancos, e garante o que se chama de liquidez, ou seja, a circulação fácil de dinheiro.

Esses recursos podem, então, ser direcionados tanto para outros investimentos (como ações) ou para a concessão de crédito.

Em tese, com mais dinheiro circulando, os empréstimos para empresas e consumidores ficam mais baratos, o que anima os investimentos no setor produtivo e o aumento do consumo.

Segundo o presidente do BCE, Mario Draghi, poderão ser comprados títulos de governos da zona do euro que tenham grau de investimento (baixo risco de calote, certificado por agências de avaliação de risco), títulos de agências e de instituições da União Europeia.

Pacote europeu afeta Brasil e cotações das moedas

O programa de estímulo à economia da zona do euro não terá efeitos somente em território europeu. As injeções de euros do BCE para estimular a economia podem se refletir em mais euros entrando em países emergentes.

O Brasil é um exemplo de país que poderia atrair esses investimentos, com investidores em busca de maiores ganhos financeiros. A alta da taxa de juros anunciada pelo Banco Central brasileiro da véspera, para 12,25% ao ano, torna ainda mais atrativo investir aqui.

Com a entrada de recursos externos no país, a cotação do euro e do dólar em relação ao real tende a cair.

Juros já estão baixos na Europa

A maneira mais comum de estimular a economia é por meio do corte da taxa de juros.

Na reunião desta quinta-feira, no entanto, o BCE manteve sua principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, em 0,05%. Também manteve a taxa de depósito em -0,20%, o que significa que os bancos pagam para deixar fundos no banco central, e a taxa de empréstimo em 0,3%.

Com as taxas nesse valor, o BC não tem espaço para fazer novos cortes.

(Com Reuters)